A Polícia Federal já avalia ter elementos para indiciar a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no caso das joias sauditas. As diligências apontam que parte dos kits de joias vendidos por ex-auxiliares de Jair Bolsonaro era destinada a Michelle.
Preparando-se para complicações com a Justiça, a ex-primeira-dama contratou o advogado Daniel Leon Bialski. Em nota, o criminalista ressaltou ao Correio que Michelle “desconhece ter ocorrido irregularidade ou ilicitude” no caso das joias sauditas.
Agentes apuram possível crime de peculato, que é o desvio de recursos públicos. Além de Michelle, estão sendo investigados nesse suposto esquema o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid; o pai dele, general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid; o tenente Osmar Crivelatti e o advogado da família Frederick Wassef.
A PF pediu a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Bolsonaro e de Michelle e aguarda uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O nome de Michelle foi citado pela primeira vez quando o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, foi ao Aeroporto de Congonhas, em outubro de 2021, pressionar servidores da Receita Federal a liberarem um conjunto de joias presenteado pelo governo da Arábia Saudita. Para tentar convencer os auditores, o ministro enfatizou que os itens eram destinados a Michelle.