Manaus,23 de novembro de 2024

Caapiranga recebe equipe da Fundação Hospitalar Alfredo da Matta para ação do Projeto Apeli

Em 2022 serão cinco ações do Grupo Tarefa do projeto, em oito municípios amazonenses

O Grupo Tarefa do Projeto Ação para Eliminação da Hanseníase (Apeli), coordenado pela Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham), unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), já tem data para reiniciar as atividades em 2022. Será na segunda-feira (25/04), quando o grupo inicia uma ação de assistência à saúde em dermatologia tropical em Caapiranga (a 134 quilômetros de Manaus). A iniciativa segue até 6 de maio.

Criado para executar ações de controle, monitoramento e eliminação da Hanseníase no Estado do Amazonas, o Grupo Tarefa do Projeto Apeli é formado por equipes capacitadas em ações médicas, sociais, psicológicas, farmacêuticas, fisioterápicas, laboratoriais e de capacitação de equipes de profissionais locais nos municípios que recebem o projeto.

Nesta, que será a primeira de cinco ações previstas para 2022, a Fuham levará equipes com médicos, enfermeiros, assistentes sociais, farmacêuticos, técnicos e pessoal administrativo para realização das atividades previstas no projeto: busca ativa de casos com exames de pele na população, exames de contatos dos casos dos últimos cinco anos e dos novos casos diagnosticados, avaliação de incapacidades, exames de casos de alta, tratamento dos casos, e realização de exames laboratoriais, quando necessário.

As atividades incluem ainda treinamentos em serviço para profissionais de saúde e ações educativas para as comunidades locais.

Para 2022, com a aprovação de decreto do Governo do Amazonas que dispõe sobre a criação do Grupo Tarefa, oito municípios estão previstos para receberem ações do Apeli: Caapiranga, São Sebastião do Uatumã, Tabatinga, Benjamin Constant, Atalaia do Norte, Iranduba, Maraã e Uarini.

Procedimentos realizados

Nos seis municípios que já receberam ação do Projeto Apeli até o ano passado – Autazes, Careiro Castanho, Lábrea, Novo Aripuanã, São Gabriel da Cachoeira e Itacoatiara – foram realizados um total de 27.239 procedimentos, como exames dermatológicos, consultas médicas, exames laboratoriais e preventivos, consultas farmacêuticas, de serviço social e de enfermagem, avaliação de incapacidades, adaptação de calçados e visitas domiciliares.

As ações resultaram no diagnóstico de 102 casos novos de hanseníase. Dentre eles, 18,6% (19 casos) foram detectados em crianças de 0 a 14 anos e 81,4% (83 casos) em adultos maiores de 14 anos. Em relação à classificação operacional, 55 (53,9%) foram casos do tipo multibacilar e 47 (46,1%) do tipo paucibacilar.

Além da hanseníase, outras dermatoses foram diagnosticadas durante atendimento médico, sendo as mais comuns escabiose (12,8%), dermatite atópica (9,2%), micoses superficiais (8,1%), dermatite de contato (3,9%) e líquen simples (3,8%).

Para o diretor-presidente da Fuham, Ronaldo Amazonas, os números das ações Apeli já realizadas até o ano de 2021 reforçam a necessidade da continuidade da ação.

“Alcançamos um índice de detecção de 25,5% a mais do que foi inicialmente projetado. Com isso reafirmamos a necessidade de se manter e sustentar a realização das ações em mais oito municípios programados para o ano de 2022”, explica o diretor-presidente.

Referência

A Fuham é centro de referência em hanseníase e coordena no Amazonas o Programa de Controle da Hanseníase.

A busca ativa e precoce de casos novos de hanseníase para controle e monitoramento de casos, aliados ao início do tratamento imediato (evitando também a disseminação de casos e as incapacidades físicas nos pacientes) são algumas das estratégias que visam promover a eliminação da doença, reduzindo ainda mais a carga da endemia, especialmente em menores de 15 anos.

Estabelecendo parcerias com os governos municipais, a iniciativa se fortalece com estratégias propostas para as coordenações nos municípios, que atuam sob supervisão da Fuham.

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