A Policlínica Codajás, unidade da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), localizada no bairro Cachoeirinha, zona sul, abre, nesta quinta-feira (02/12), chamamento público de pacientes que fizeram parte do projeto TransOdara, para retorno ao Ambulatório de Diversidade Sexual e Gênero, a fim de verificar o resultado dos exames realizados.
O projeto atendeu, de novembro de 2020 a abril de 2021, cerca de 300 pacientes que realizaram consultas, vacinas, exames de sorologia HIV, Hepatites, Sífilis e PCR para Clamídia, Gonorreia e HPV.
O diretor da Policlínica Codajás, o fisioterapeuta Ráiner Figueiredo ressalta que o retorno é importante. “Estes resultados vão proporcionar a elas mais qualidade de vida. Além disso, se elas quiserem continuar os atendimentos de saúde em nosso ambulatório, nossas portas estão sempre abertas, para recebê-las com um SUS mais humanizado”, disse.
Projeto – TransOdara foi um projeto fruto da parceria entre o Governo do Estado do Amazonas, Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, atendendo outras cinco capitais brasileiras.
O projeto teve por objetivo construir uma rede de pesquisa para verificar a prevalência de Sífilis e de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) e, assim, compreender os significados atribuídos a essas doenças em travestis e pessoas trans (TrMT).
A coordenadora do ambulatório de Diversidade Sexual da Policlínica Codajás, ginecologista Dária Neves, explica que o retorno dos pacientes contribui para o início de tratamentos de saúde. “Precisamos ver as possibilidades de tratamento para cada diagnóstico e estamos aqui à disposição para dar os resultados, e em caso de lesões estamos realizando o tratamento”, ressaltou.
Sobre o Ambulatório – Criado em setembro de 2017, com 24 pacientes, o projeto “Processo Transsexualizador” hoje atende 370 pacientes fixos dentro do Ambulatório de Diversidade Sexual e Gênero da Policlínica Codajás. Os pacientes recebem atendimento e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, formada por enfermeiras, assistentes sociais, psicólogos, ginecologistas, fonoaudiólogos, endócrinos e entre outras especialidades.
Em 2018, o atendimento se expandiu para 59 pessoas. Já em 2019 foram 79 pacientes. Em 2020, mesmo com a pandemia da Covid-19, o número saltou para 116 atendimentos, obedecendo os protocolos de segurança. Atualmente são 370 pacientes fixos na unidade em acompanhamento.
Acolhimento – Entre os atendimentos prestados, na equipe de enfermagem, cada paciente recebe toda orientação para tramitação do nome social, descrito no cartão do SUS. Na psicologia, cada paciente tem consultas individuais e personalizadas.
Já no setor de ginecologia e consulta para realizar o manejo hormonal. Na Fonoaudiologia acompanhamento da mudança de voz. Todos têm o acompanhamento da harmonização que dura em média dois anos, com exames clínicos e consultas.