Após a deputada estadual bolsonarista Debora Menezes (PL) tentar sustentar que a crise Yanomami na Amazônia seria “narrativa do PT” para desgastar a imagem de Bolsonaro, representantes da esquerda amazonense reagiram. João Pedro (PT), cotado para assumir o INCRA, e Anne Moura, secretária nacional das mulheres do PT, afirmam que as imagens falam por si só e que logo esses “personagens” terão que publicar retratações sobre as declarações.
Para o ex-senador João Pedro, o governo Bolsonaro tratou o Amazonas como a “periferia do Brasil” e empurrou “tudo que não presta” para a Amazônia. O ex-senador também lembrou dos potenciais que Roraima dispõe e dos ataques de garimpeiros. “Os fatos falam por si só falam. Nós sabemos que Roraima tem um potencial mineral e as terras indígenas foram invadidas por garimpeiros e os garimpeiros levam destruição, doenças, violência, a contaminação dos rios, o desmatamento de florestas. O que importa é o interesse deles, ou seja, o bioma amazônico foi muito maltratado, o Bolsonaro olhava pra cá como a periferia do Brasil e empurrava tudo que não prestava pra cá. Nós temos que condenar a invasão em terra indígena, a constituição é muito clara: não pode garimpo em terra indígena”, declara.
Na mesma esteira, Anne Moura reforça que a situação dos indígenas e do garimpo era denunciada há anos e foram negligenciadas pelo governo anterior. “As imagens falam por si. As denúncias que fazíamos, em todos esses anos, aparecem agora, as comprovações estão aparecendo. É lamentável que ainda tenha parlamentares que defendam isso ou tentam dizer que os Yanomamis sejam venezuelanos, quando é muito claro saber qual é o nosso território. Eu espero que haja mais uma reparação histórica com os nossos povos originários com essa tentativa de extermínio de um povo inteiro”, afirma.