MANAUS – Os prontos-socorros da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) apresentaram quedas no tempo de permanência de pacientes de 32% a 85%, após a adoção de ferramentas de organização de fluxos aplicadas pelo projeto “Lean nas Emergências”, do Ministério de Saúde (MS).
O “Lean nas Emergências” é implementado pelo Hospital Sírio-Libanês para reduzir a superlotação nas urgências e emergências de hospitais públicos do país e está dentro das ações do Programa Saúde Amazonas.
Na quarta-feira (02/12), os coordenadores e consultores do Sírio-Libanês apresentaram os resultados do projeto implantando nos prontos-socorros João Lúcio, 28 de Agosto e Platão Araújo.
Após a apresentação dos resultados, o secretário de Saúde, Marcellus Campêlo, propôs à coordenação do “Lean nas Emergências” que o projeto possa ser estendido a outras unidades da rede estadual do Amazonas. A proposta ficou de ser analisada.
“Estamos muito contentes com os resultados dos três hospitais e prontos-socorros, principalmente com a mudança na cultura dos gestores e profissionais de saúde dessas unidades, que a gente começa a perceber. Vamos buscar apoio para ter o Lean não só nas emergências, mas em toda a rede de saúde”, afirmou o titular da SES-AM.
Sucesso no Amazonas – O coordenador médico do “Lean nas Emergências”, Welfane Cordeiro, destacou que os resultados alcançados pelos três hospitais, mesmo em uma pandemia, mostram que o projeto deu certo no Amazonas.
“Todos esses hospitais tiveram um bom resultado e ainda estão em evolução. Podemos falar que o projeto deu muito certo aqui no Amazonas, os resultados colhidos mostram isso. Os hospitais evoluíram e isso impacta diretamente na atenção que é dada aos pacientes”, declarou Welfane Cordeiro.
As ferramentas aplicadas pelo “Lean nas Emergências” agora fazem parte da rotina dos três hospitais, ajudando a melhorar o fluxo de pacientes e evitando superlotações.
Durante a apresentação, Welfane Cordeiro informou que está em discussão uma possível reconfiguração do projeto para que suas ações também possam ser aplicadas em outros setores dos hospitais.
O projeto implanta técnicas aplicadas na indústria para reduzir o tempo de permanência de pacientes nas unidades de saúde. O objetivo é fazer com que, dependendo da classificação de risco definida no protocolo de Manchester, os pacientes sigam caminhos diferentes dentro da unidade e tenham sua situação resolvida dentro do tempo preconizado.
Resultados – Após o uso de ferramentas do “Lean nas Emergências”, o João Lúcio reduziu o tempo de permanência dos pacientes em 85%. Esse paciente é aquele com perfil sem gravidade, que mesmo não sendo de emergência, demanda atendimento dos prontos-socorros.
Antes, esse paciente, que não precisa de internação, passava até 1.453 minutos (24 horas) dentro do hospital, da hora que dava entrada até ser atendido e liberado. Hoje, esse tempo médio caiu para 212 minutos (3,5 horas).
O 28 de Agosto reduziu esse tempo de permanência dos pacientes em 72% (de 5,5 horas para 1,5 hora). E no Platão Araújo o tempo caiu em 32% (7,5 horas para 5,1 horas).