*Ivan Brito
“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”, assim consigna nossa Carta Magna em seu art. 1º, parágrafo único. Por isso, a escolha das urnas é soberana e, para o bem da democracia, os vencidos devem aceitar republicanamente o resultado.
Manaus tem um novo prefeito eleito, isso é um fato inquestionável. Mas um fato que salta aos olhos é que a cidade está dividida. Não dividida ao meio, mas sim triplamente dividida entre: 1) aqueles que votaram em David Almeida (466.970 votos); 2) aqueles que votaram em Amazonino Mendes (443.747 votos); e 3) os 420.896 eleitores que não se viam representados por nenhum dos dois candidatos do segundo turno e que votaram em branco ou nulo e os que sequer foram votar, se abstiveram.
Embora os apoiadores do prefeito eleito repitam que foi uma vitória estrondosa, sabemos que a diferença entre ele e seu adversário foi de apenas 2,54% dos votos válidos.
Por outro lado, a quantidade de eleitores que disseram não a David (somados o votos de Amazonino, votos nulos, votos em branco e abstenções) são a esmagadora maioria. São mais de 860.000 (oitocentos e sessenta mil) eleitores que não se viram representados nas propostas do então candidato.
Manaus está dividida e David Almeida precisa se tornar o prefeito dos mais de 2,2 milhões de habitantes dessa cidade, e não somente dos 466.970 que o elegeram.
Como bons republicanos, desejamos sucesso ao prefeito eleito e que essa empreitada, que se inicia em 2021, seja de grandes avanços para a cidade de Manaus e seus cidadãos.
*Jornalista e apresentador do programa Fala Caboco