Manaus,17 de novembro de 2024

Jornalista será bom patrão se tiver “noções morais”

Michelle Portela

A jornalista Auxiliadora Tupinambá foi eleita para presidir o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Amazonas (SJPAM) pelos próximos dois anos. Ela integra o Movimento Reconquista, que articulou uma chapa homônima, formada por jornalistas com diferentes perfis. Dora, como é conhecida entre os colegas, chega ao posto num momento em que categoria começa a sentir os efeitos da reforma trabalhista, num cenário de demissões e a pulverização de sites de notícias.

COMUN: Houve sucateamento da profissão nos últimos anos?
DORA: Não creio que tenha ocorrido sucateamento da profissão de jornalista. Vejo, isto sim, uma evolução, inclusive tecnológica, de extrema velocidade, com ampla margem de conceituação, que coloca a imprensa, como uma das instituições de maior credibilidade no país.

COMUN: Como a reforma trabalhista afeta o trabalho do jornalista?
DORA: A reforma trabalhista é o maior retrocesso das leis de proteção do trabalhador. A lei enfraqueceu as instituições sindicais, retira direitos dos trabalhadores e mexe, para pior, nas regras básicas da aposentadoria.

COMUN: Muitos jornalistas se tornaram donos de veículos de comunicação, como sites e blogs. Como esses se saem como patrões?
DORA: O empreendedorismo é novo nicho de mercado de trabalho para todas as profissões e, portanto, é bem-vindo. Reconheço que muitas dessas iniciativas carecem de regulamentação, quanto ao comportamento dos novos empreendedores, e isso depende muito mais de suas noções morais, do que de regras pré-estabelecidas por sistemas de governo.

 

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