Manaus,16 de novembro de 2024

Posicionamento do presidente da CMM gera questionamentos

Laize Minelli

Um post criticando os empresários do sistema de transporte coletivo de Manaus, feito nas redes sociais, pelo presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), Wilker Barreto (PHS), tem gerado polêmica. Isso porque, nas palavras de Barreto, o “empresário de transporte público que não quer operar da forma correta na cidade tem que pedir para sair. A desculpa de que não renova a frota porque não está tendo lucros não me convence, não convence a população. Usar o caos e prejudicar o cidadão para pressionar o poder público a cumprir suas exigências é um absurdo.”, afirmou em texto publicado em sua página oficial.

Pouco mais de 24h e a publicação já tinha diversos comentários, um deles sugeria que Barreto fosse ao Ministério Público do Estado (MPE-AM) pedir a suspensão dos serviços, abrindo espaço para novas empresas de transporte no Estado.

A polêmica se deve ao fato de as opiniões do presidente da casa legislativa municipal, em outra ocasião, ter se mostrado contrário e criticado a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o processo licitatório dos transportes coletivos da capital, levantando o questionamento sobre o que poderia ter feito mudar a sua opinião.

Procurado pela equipe COMUN, Wilker Barreto negou ser contra a CPI e disse que deve continuar firme em seu combate ao abuso de empresários no transporte público de Manaus.
“Não sou contra o instrumento de CPI, mas precisamos ser ágeis. Não quero criar um factoide. Aqui não vai ter moleza. A conversa fiada de que não tem dinheiro, não cola com a gente. Fico feliz ao ver que os órgãos controladores e fiscalizadores estão se movimentando. Prefeito Arthur Neto me garantiu posicionamento duro sobre as empresas de transporte público. Na Câmara, eles já entenderam o tom: não terão refresco”, finalizou.

Oposição diz que a história não é bem assim

Já o vereador de oposição Chico Preto (PMN) disse que a CMM tem formas de resolver a situação, mas o grupo político, do qual Barreto faz parte, coordenado pelo prefeito Artur Neto, não deixa.
“O discurso não condiz com a prática, o vereador Wilker Barreto faz parte de um grupo político que é coordenado pelo prefeito e esse grupo, dentro da CMM, não permite que o Sinetram e a SMTU sejam convocados para dar esclarecimentos a respeito do transporte coletivo e as suas dificuldades. Num episódio mais recente nós apresentamos um requerimento pedindo a presença do Sinetram e SMTU para esclarecer a questão da renovação da frota do sistema coletivo, prometidos no início do ano por conta do aumento da tarifa, e que agora, segundo o Sinetram, esses ônibus não mais chegarão, portanto a prática é uma e o discurso é totalmente diferente”.

Chico também comentou sobre a relação entre os empresários do transporte coletivo e a Prefeitura. “Existe a impressão de que a relação entre prefeitura e esses empresários é pouco transparente o que traz prejuízos para cidade e para quem precisa do sistema de transporte coletivo, a relação deve ser transparente republicana e com um foco, o povo”, alfinetou o parlamentar.

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