Na manhã de hoje (3) o site da Revista Veja publicou notícia afirmando que Damares Alves, titular do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, havia pedido seu desligamento do governo Bolsonaro.
De acordo com a revista a ministra enfrenta uma rotina estressante devido a carga de trabalho e vem recebendo ameaças de morte. Fato que a obrigou a abandonar sua residência, em Brasília. Atualmente a ministra mora num hotel, cujo endereço é mantido em sigilo. Damares também não divulga sua agenda com antecedência, está sempre escoltada e tem um segurança fixo na entrada de seu gabinete.
Sendo uma das figuras mais controversas nomeadas por Bolsonaro, devido seu posicionamento ideológico conservador e, principalmente, pelas declarações que vão de encontro ao que se espera da ocupante da pasta de Direitos Humanos, a notícia do pedido de desligamento foi amplamente festejada nas redes sociais. Porém, a própria ministra por meio de seu Twitter oficial desmentiu a notícia.
Horas depois, em nova postagem no Twitter, publicou vídeo onde reiterou seu desejo de permanecer no governo, mas entrou em contradição ao afirmar que não estava desmentindo a publicação da revista. “Todo mundo ainda perguntando se eu vou sair do governo. Não vou sair. Não pedi pra sair. Também não estou desmentindo a revista”, disse a ministra num trecho do vídeo.
Não tenho a intenção de sair do governo. pic.twitter.com/tdl9LaCMDQ
— Damares Alves (@DamaresAlves) May 3, 2019
Tática de desmoralização dos veículos de comunicação
Vazar informação para imprensa para depois desmentir se tornou uma constante no Governo Bolsonaro, que elegeu alguns veículos de comunicação como “inimigos”.
O episódio mais emblemático dessa tática, onde a jornalista Eliane Catanhêde antecipou a decisão do governo de demitir o então Ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, o próprio presidente Bolsonaro desmentiu a jornalista por meio do Twitter classificando a notícia de “fake news”, em clara tentativa de ridicularizar a profissional.
De fato o ministro não foi desligado naquele dia. Contudo, sua demissão se deu pouco mais de uma semana depois, por sua inépcia ao cargo e pela crise de governança que o Ministério da Educação enfrentava com a briga interna por poder entre os grupos indicados para gerenciar a pasta.
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