A deputada estadual Alessandra Campêlo (Podemos) encerrou a sessão da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) nessa terça-feira (9/4) para impedir o presidente do Sindicato dos Funcionários da Polícia Civil do Amazonas (Sinpol-AM), Jaime Lopes dos Santos Filho, de discursar na tribuna.
O presidente iria falar durante uma cessão de tempo concedida pelo deputado estadual Dan Câmara (Podemos).
Oriundo dos quadros da Polícia Militar, Dan Câmara cobra o Governo do Amazonas que faça o pagamento da data-base das forças de segurança pública, a qual deve ser feita até o dia 21 de abril. O parlamentar convidou representantes das polícias Civil e Militar e Bombeiros do estado do Amazonas para discursarem em favor do pagamento da data-base das categorias.
Ao ser chamado para se pronunciar, o major da PM João Frederico Nascimento Araújo, presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e Bombeiros Militares do Amazonas, abriu mão de sua fala após saber que Jaime Lopes seria impedido de falar.
“A causa da polícia militar é uma causa junta da polícia civil, da segurança pública. Comandante Dan, muito obrigado pela oportunidade, mas como militares que somos, sabemos muito que quem chega junto, sai junto”, disse.
Em seguida, Alessandra Campêlo deu a pauta como lida e encerrou a sessão legislativa informando que enquanto estivesse presidindo a mesa, “agressores de mulheres não terão vez no plenário”. A parlamentar foi vaiada pelos militares presentes no local.
Em suas redes sociais, Campêlo afirmou que Jaime foi impedido de falar não por representar os policiais, mas por agredir mulheres. A parlamentar ressaltou que ofereceu o tempo de Jaime a qualquer outro representante da classe.
O sindicato
Em nota oficial, o Sinpol repudiou a postura da parlamentar, pois, segundo o sindicato, Alessandra Campelo, “de forma autoritária e sem apresentar qualquer justificativa, cerceou o direito de fala da indicação do representante” da Polícia Civil. Os policiais prometem fazer manifestação em frente à sede do Governo do Amazonas nesta quinta-feira (11), às 10 horas para serem ouvidos deforma democrática.
