O senador e ex-vice-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos-RS) disse que o fim do governo Bolsonaro foi melancólico e que a derrota nas urnas deveria ter sido admitida.
Em entrevista ao UOL News da manhã desta segunda-feira (11/3), ele disse também e que o tenente-coronel Mauro Cid é a parte mais fraca no processo contra o ex-presidente e defendeu o general Freire Gomes. ‘Perdemos por pouco, mas perdemos’
“Acho que o governo teve coisas muito boas e, no final, teve esse fim que considero melancólico. Não fiquei satisfeito com o final do nosso governo. Tínhamos que ter reconhecido a derrota. Perdemos por pouco, mas perdemos. Tinha que ter dado uma resposta clara: perdemos agora, mas vamos melhorar para voltar mais forte em 2026. Acho que isso é do jogo democrático”, enfatiza.
Mourão acredita que não se dá golpe de Estado com a elaboração de uma minuta, como apontaram as investigações da Polícia Federal sobre atos golpistas do governo Bolsonaro.
“Tentativa de golpe é como Hugo Chávez fez em 1992, na Venezuela, quando mobilizou a tropa dele, atacou o palácio presidencial e atacou a residência do presidente da República. Isso é tentativa de golpe. O resto é só discussão”, declarou.
O senador também disse que não concordava com as funções de Mauro Cid no governo e que ele é a parte mais fraca no processo sobre a tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder. “Não vejo questão de [Mauro Cid] entregar [Bolsonaro]. Ele é a parte mais fraca […] A carreira dele acabou, para a qual ele se preparo”.
“Cid é a parte mais fraca neste processo. É um oficial jovem, brilhante, que conheço desde criança […] Tinha uma carreira extraordinária e estava pronto para ir para os Estados Unidos fazer um curso, quando Bolsonaro o chamou para ser ajudante de ordem. Ele teve uma série de funções que lhe foram dadas, que não concordava por ele ser um oficial da ativa participando de atividades políticas”, afirmou.