Luciano Hang, empresário e dono da rede de lojas Havan, foi condenado a pagar mais de R$ 85 milhões por coagir os empregados a votarem em Jair Bolsonaro (PL) na eleição presidencial de 2018.
A ação civil foi movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e está sujeita a recurso.
O empresário é acusado de ter ameaçado despedir funcionários e fechar lojas caso Fernando Haddad (PT), na época candidato à Presidência da República, ganhasse a eleição.
Os empregados ainda eram obrigados a responder enquetes promovidas pela própria Havan, informando em quem votariam.
De acordo com os promotores do caso, os funcionários de Hang foram censurados e humilhados.
“Os réus valeram-se de sua condição de empregadores para impor sua opinião política a respeito dos candidatos à Presidência da República e para vincular, de maneira absolutamente censurável, a manutenção dos postos de trabalho de seus colaboradores, valendo-se de métodos humilhantes, vexatórios e, até mesmo, de ‘pesquisas eleitorais’ obrigatórias sem qualquer respaldo em lei.”
Voto de cabresto
Ainda em outubro de 2018, o juiz Carlos Alberto Pereira de Castro considerou que Hang havia reeditado o “vo” ao tentar “impor a grupos de pessoas a escolha política ditada por uma pessoa dotada de maior poderio dentro de certas comunidades”. Segundo o juiz, o empresário manteve uma “conduta flagrantemente amedrontadora” contra os empregados.