Manaus,28 de novembro de 2024

Maia diz que vai tomar medidas judiciais contra suspeitos de investigá-lo

Apontado como um dos alvos de espionagem ilegal pela Abin, o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, disse que vai tomar as medidas judiciais cabíveis contra os suspeitos da investigá-lo e disse ainda que Alexandre Ramagem, que chefiou a agência de inteligência, era a ‘raposa cuidando do galinheiro’.

Em entrevista à CBN, Maia citou ainda pelo menos uma reunião em que bolsonaristas manipularam informações para indicar que ele e o ministro do STF Gilmar Mendes estariam conspirando contra o governo Bolsonaro.

Conforme investigação da Polícia Federal, a vigilância contra Maia teria ocorrido durante a primeira metade do governo Jair Bolsonaro. A Operação Vigilância Aproximada, deflagrada nesta quinta-feira (dia 25) pela PF, investiga organização que se instalou na agência para monitorar ilegalmente autoridades públicas e adversários políticos do ex-presidente.

Mais disse à CBN que, se confirmada a invasão de seu telefone celular, ele “tomará as medidas cabíveis”. Além disso, o ex-parlamentar criticou que o ex-diretor da Abin tenha montado um esquema de arapongagem e “ainda queira ser prefeito do Rio de Janeiro”, se referindo ao deputado federal Alexandre Ramagem, principal alvo da operação da PF.

Maia contou que pelo menos um encontro na residente oficial da Câmara dos Deputados em Brasília vazou nas redes sociais bolsonaristas em 2020. Estavam presentes Rodrigo Maia, o ministro do STF Gilmar Mendes e o senador Ciro Nogueira, do PP. Nas contas de redes sociais e mídias bolsonaristas, foi publicado que estariam somente Maia e Gilmar, supostamente conspirando contra Bolsonaro. Ou seja, bolsonaristas sabiam, mas não citaram Ciro, que posteriormente se tornou chefe da Casa Civil.

Entre as pautas da reunião, em meio à pandemia da Covid, estavam a preocupação com Bolsonaro ter ido em abril daquele ano para frente do QG do Exército em Brasília apoiar uma intervenção militar. Dias depois da reunião na residência oficial, o então presidente Jair Bolsonaro voltou a falar sobre documentos de inteligência para dizer que ele possuía um dossiê provando um suposto plano do então presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do governador de São Paulo à época, João Doria (PSDB) e de integrantes do STF para tirá-lo da presidência.

Share