Nesta segunda-feira (4/12), o cantor Alexandre Pires foi alvo de um mandado de busca e apreensão, como parte de uma investigação da Polícia Federal para desmantelar um esquema de financiamento e logística ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. Segundo o inquérito, o artista teria recebido pelo menos R$ 1 milhão de uma mineradora sob investigação.
A diligência foi realizada em um cruzeiro onde Pires estava se apresentando, no litoral de Santos. A informação, publicada pelo portal Metrópoles, foi confirmada pelo Globo. Até o momento, a assessoria de imprensa do músico não retornou os contatos.
A Polícia Federal afirma que o esquema visava a “lavagem” de cassiterita retirada ilegalmente da terra indígena, com o minério declarado como proveniente de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba/PA, sendo supostamente transportado para Roraima para tratamento. As investigações indicam que essa dinâmica ocorria apenas no papel, uma vez que o minério seria originário de Roraima.
A corporação divulgou em nota que identificou transações financeiras relacionadas a toda a cadeia produtiva do esquema, envolvendo pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de equipamentos para mineração e laranjas para encobrir movimentações fraudulentas.
“Foram identificadas transações financeiras que relacionariam toda a cadeia produtiva do esquema, com a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração e laranjas para encobrir movimentações fraudulentas”, relatou a corporação, em nota.
O inquérito também aponta a participação de um empresário do ramo musical, de expressão nacional, no núcleo financeiro dos crimes. O sequestro de mais de R$ 130 milhões dos suspeitos foi determinado. Essa operação, denominada Disco de Ouro, é um desdobramento de uma ação da PF iniciada em janeiro de 2022, quando 30 toneladas de cassiterita extraídas da Terra Ianomâmi foram apreendidas em uma empresa investigada, preparadas para remessa ao exterior.
