Vereadores de Manaus derrubaram, na manhã desta quarta-feira (8/11), em votação de urgência, o projeto de lei que autorizaria a Prefeitura de Manaus a emprestar R$ 600 milhões para orçamento do município. A votação foi marcada por um embate entre os vereadores. Ao todo, foram 19 votos contrários ao PL. O voto de desempate foi do vereador Caio André, presidente da Casa, aliado do Governador Wilson Lima (UB).
O vereador Fransuá (Avante), líder da base do prefeito na Casa, sustentou que o Projeto de Lei autorizando a operação de crédito com o Banco do Brasil é um PL importante e necessário para a infraestrutura da capital. “É um projeto que vai apoiar ações de infraestrutura em toda a cidade, gerando, inclusive, empregos, desenvolvendo a economia da nossa cidade, diante da situação em que nós nos encontramos economicamente, com, inclusive, restrições orçamentárias, é extremamente importante, não para a Prefeitura de Manaus, mas para os cidadãos da cidade de Manaus”, afirmou.
A oposição
Vereadores de oposição chegaram a chamar a operação de crédito de “mais um cheque em branco” do executivo.
O vereador Rodrigo Guedes apontou que o PL não é objetivo ao informar onde os recursos devem ser destinados e nem como devem ser gastos. “Fazendo aqui uma ressalva de que o projeto de lei é, simplesmente, mais uma vez, é um pedido de cheque em branco para a Prefeitura de Manaus. Ele não diz qual vai ser os projetos, não relata absolutamente nada, é um projeto de lei de cinco páginas. A prefeitura de Manaus já recebeu a autorização da Câmara Municipal de Manaus para contrair 1,2 bilhão de empréstimo e agora mais 600 milhões”, adiantou Guedes.
O vereador William Alemão (Cidadania) endossou as críticas e chamou a atenção pela transparência dessas movimentações que já chegam na casa dos bilhões. “Eu sei que vai ter vereador a favor desse empréstimo, acreditando que tenhamos prestação de contas desse dinheiro. O que não se pode é essa Casa dar um cheque em branco, um cheque não, um mosaico, sem nenhuma prestação de contas (sic)”, declarou.
Defesa
Antes da votação sobre a deliberação de crédito, o vereador Fransuá sustentou, em palavra de ordem, que a oposição da Casa manifestava uma posição política e não técnica. “Essa decisão aqui é política, não é técnica, é uma decisão política. Não é assim, eu não vou entregar um cheque em branco, e os outros órgãos de controle não vão fiscalizar? não existe isso? é como foi falado anteriormente, isso vem depois, isso vem depois, a Prefeitura vai ter que prestar contas de tudo, inclusive a aprovação das contas da Prefeitura no futuro vai passar por essa casa, então assim, vamos parar com essa falácia, com essa narrativa, para justificar um voto que é político”, afirmou.