As obras “Quem Matou a Pequena Esperança?”, de Geiber Teixeira; “O Morro do Bode Selvagem”, de Felipe Jatobá; “O Amor é Tão Longe”, de Lenine Charles; “Queimar a Casa”, de Caio Lobo Muniz; e “Dois Irmãos”, adaptação para o teatro de Cairo Vasconcelos; foram selecionadas no Concurso de Dramaturgia do 17º Festival de Teatro da Amazônia. Os textos vão compor a coletânea “Amazonas Dramaturgia”, que tem previsão de lançamento para o primeiro semestre de 2024.
A iniciativa faz parte da mostra não competitiva Ednelza Sahdo, com a proposta de estimular a escrita, valorizar os aspectos criativos e a ruptura do gênero, com produção de textos para teatro, para destacar a arte cênica do estado.
“O Concurso de Dramaturgia vem ocorrendo no Festival de Teatro da Amazônia como uma das ações formativas e traz um projeto de publicação da Federação de Teatro do Amazonas (Fetam), o ‘Amazonas Dramaturgias’, que vai para o terceiro volume”, afirma Cleber Ferreira, presidente da Fetam.
Segundo Cleber Ferreira, os livros vão ser publicados nos formatos digital e físico, disponibilizados no site da Fetam (fetam.com.br), por tempo indeterminado, enquanto a publicação física, respeitando as exigências de direitos autorais, está programada para 2024.
“As dramaturgias selecionadas vão ser lançadas na Mostra de Teatro do Amazonas. Os autores receberão exemplares da publicação e a Fetam distribuirá, gratuitamente, para federados e federadas e para as bibliotecas públicas, como forma de divulgar o potente trabalho dos nossos autores”, explica o gestor da entidade.
Foram 26 obras de dramaturgia inscritas no concurso para a seleção de cinco obras, com curadoria da jornalista e escritora Leyla Leong e do premiado dramaturgo Victor Nóvoa.
“Os curadores deram uma grande contribuição na seleção, garantindo uma diversidade narrativa e de estilos, que enriquece o processo, e faz dessa publicação leitura obrigatória para todos que amam teatro”, comenta o presidente da Fetam.
Curadoria
Para a jornalista Leyla Leong, a leitura dos textos dramáticos, inscritos no Concurso de Dramaturgia, revelou que o Teatro que se produz em Manaus se profissionaliza e se eleva culturalmente cada vez mais. Ela atribui a evolução aos cursos de nível superior na área das Artes, que passaram a ser oferecidos no Amazonas.
“Aliás, não só os textos dramáticos que concorreram, como as encenações de grupos locais e a afluência espontânea do público que lotou os espaços. São sintomas de que bons ventos amazônicos renovaram os palcos e as plateias com mudanças positivas, tanto pela temática quanto pela concepção teatral”, destaca a curadora.
O dramaturgo Victor Nóvoa pontua que foram selecionadas cinco obras de dramaturgia atuais em suas ações políticas e em suas formulações de linguagem.
“Não é um movimento simples compor um livro com cinco dramaturgias, dentro de um panorama tão criativo e pulsante como o cenário teatral da Amazônia”, afirma o dramaturgo. “Nossa intenção foi selecionar dramaturgias em diálogo com as urgências do nosso tempo e que fizessem uma experimentação de linguagem. Textos que trafegam e entrelaçam distintas matrizes estéticas, pensando a palavra como potência viva capaz de provocar as materialidades da cena”, destaca Nóvoa.
O 17º Festival de Teatro da Amazônia é viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura via Ministério da Cultura – Governo Federal: União e Reconstrução, apresentado pelo Nubank e organizado pela Federação de Teatro do Amazonas (Fetam), com apoio da Weg, do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, e da Prefeitura de Manaus via Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult).
A edição 2023 teve 30 espetáculos, 31 apresentações, divididos em nove dias de programação. No total, 15 foram da Mostra Jurupari, 10 fizeram parte da mostra não competitiva Ednelza Sahdo e cinco produções convidadas. Foram 216 trabalhos inscritos na seleção, de 22 estados do Brasil, com várias linguagens, infantil, adulto, teatro de bonecos, dança-teatro e performance.