Laize Minelli
Na segunda-feira (12) um anúncio nada costumeiro chamou a atenção do público da rede social Instagram e se espalhou com compartilhamentos em vários perfis. O fato em questão era uma chamada para a vaga de atendente de caixa, no restaurante amazonense O Borogodó, que priorizava o público de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexuais (LGBTI).
A postagem passou alcançou mais de mil curtidas e 200 comentários na primeira hora e obrigou os proprietários a encerrarem as inscrições para a vaga às 14h do mesmo dia, tamanha a procura.
Um das sócias, Sarah Mandaias, comentou que a ideia veio da vivência familiar e profissional. “Somos três sócios, somente um deles é LGBTI, mas os outros dois tem familiar, amigo. A gente sempre teve contato com essas pessoas, sabe das dificuldades, preconceitos, acompanha e dá importância pra isso e vimos que alguns restaurantes em São Paulo já faziam isso, achamos que seria interessante pra dar oportunidade e abrir pra uma vaga que incluísse. A gente tava até com medo achando que não ia ter repercussão, que talvez nem aparecesse candidato pra vaga”, contou.
A aposta deu certo. O público todo aceitou bem e a ação recebeu numeroso elogios nos comentários. Dois dias depois os sócios ainda estão analisando currículos. “A gente ficou bem surpreso, foram mais de 400 novos seguidores, muita gente compartilhado o post da vaga, então até saiu um pouco de controle”, conta Sarah aos risos, porque teve que encerrar às pressas após receber mais de 80 currículos de candidatos logo nas primeiras horas.
Para a Relações Públicas e especialista em Marketing, Ana Clarissa Cavalcante, a atitude de abrir espaço para uma público considerado minoria na sociedade foi correta, pois as marcas devem se posicionar, o que ajuda a aproximar do público. “Nesse período de representatividade uma marca se posicionar a favor de um movimento só mostra que a empresa tem a mente aberta e principalmente adaptações para o novo”, disse a estudiosa.
Questionada sobre a recepção do público que frequenta o restaurante, a empresária se mostrou otimista: “Recebemos muitas mensagens dizendo que era uma proposta super bacana e pra gente foi muito bom essa resposta positiva, acho que não teremos nenhum problema, o público que vai la frequentemente a gente sabe que não tem problemas com aceitação, talvez um ou outro eventualmente, mas somos focados em receber e acolher” finalizou.
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