Com a navegação prejudicada, as fábricas do Polo Industrial são prejudicadas com a falta de insumos e dificuldade de escoar a produção
Em meio a maior seca já registrada há 121 anos, a capital do Amazonas vem sofrendo com os impactos provocados neste período de estiagem e o vereador Peixoto (Agir) vem acompanhando a situação com extrema preocupação. Além das comunidades ribeirinhas no entorno do município, quem também vem apresentando sérias consequências é o Polo Industrial de Manaus. Nesta quarta-feira (18/10) duas indústrias, Samsung e Yamaha, anunciaram a antecipação das férias coletivas de fim de ano em virtude da vazante que impede o transporte de carga e descarga de matérias-primas essenciais para a produção.
Mesmo com o registro de chuvas em Manaus, o rio Negro segue baixando e nesta quinta-feira (19/10) chegou a 13,29 metros. O baixo nível compromete a navegação e com isso, grandes embarcações, como navios cargueiros, há 10 dias, não conseguem mais atracar nos portos da capital. Para Peixoto, o transtorno é uma ameaça para o setor e o vereador teme pelo emprego dos manauaras que atuam no Distrito Industrial.
“Entendo que esse é um fenômeno da natureza. Todos os anos passamos pela cheia e pela vazante, mas esse ano estamos vivenciando algo anormal. Porém, sabendo que é algo que poderia acontecer, já deveria ter um “plano B” para este tipo de situação, mas não tem, e assim vamos vivendo à deriva, e pior, correndo o risco de ter consequências como a demissão em massa de funcionários em caso a não normalização da navegação e o retorno da produção”, ressalta o vereador.
O parlamentar lembra que as soluções que poderiam sanar essa problemática são de competência do Governo Federal, como a dragagem da foz do Rio Madeira e a liberação da reforma da BR-319. Essa última, segundo o vereador, seria a mais importante ação, pois facilitaria o escoamento de insumos e do transporte em geral, não só para Manaus, mas para todo o Amazonas. Além de atender, também, outros estados da região Norte.
“Há duas semanas o vice-presidente, Geraldo Alckmin, esteve em Manaus, viu a situação e prometeu a drenagem dos rios. Já se passaram 15 dias e nada foi feito. Essa drenagem poderia evitar essas férias coletivas e não pôr em risco as duas maiores datas do comércio, que é a Black Friday e o Natal”, destaca Peixoto.
“Mas na minha opinião, o pior é a falta de interesse do Governo Federal na BR-319. Essa BR seria um verdadeiro diferencial em nossas vidas, pois nos integraria ao restante do país e seria uma via direta para o comércio e a indústria local. Não teríamos problemas de abastecimento e a logística seria muito mais simples e barata”, reforça.
Além da indústria, o comércio também sente os efeitos da falta de uma logística mais viável. Na última segunda-feira (16/10), a Federação do Comércio do Amazonas (Fecomércio/AM) realizou uma reunião com representantes de portos, terminais e transporte intermodal para discutir a estiagem no Amazonas. Além de demonstrarem preocupação com a população do interior, que já sofrem com a falta de alimentos e água potável, os empresários também mostraram preocupação com o desabastecimento de alguns produtos em supermercados.
“É uma situação sem precedentes e extremamente preocupante. Em pleno 2023, com a evolução da tecnologia e ciência, ainda ficamos reféns da atuação do Governo Federal que não demonstra a menor preocupação com o Amazonas, sobretudo com Manaus, que é responsável por parte do PIB do país, com as indústrias que aqui estão instaladas”, frisa o vereador.
“Como vereador, cabe a mim intervir pelas populações ribeirinhas da capital, que estão sofrendo com a seca e assisti-las. Como cidadão, apelo aos parlamentares federais, aos quais têm meios legais de cobrar e legislar pelo estado e pedir, olhem por nosso Estado, olhem por nossa gente”, pede Peixoto.