O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) divulgou um novo boletim da Operação Emergência Botos Tefé, informando que o número de animais mortos no interior do Amazonas aumentou para 153. Os dados foram atualizados e publicados no domingo (15/10).
O ICMBio, em colaboração com pesquisadores do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) e outras 23 instituições, tanto de natureza governamental quanto não governamental, está empenhado em investigar as causas das mortes dos golfinhos e em sanar atual emergência ambiental e sanitária que afeta o Lago Tefé, localizado no médio Rio Solimões, no interior do Amazonas.
“Um total de 153 indivíduos morreram, sendo 130 botos vermelhos e 23 tucuxis. A seca e a temperatura da água, que chegou a 39,1°C no pico de mortalidade no dia 28 de setembro, quando 70 indivíduos morreram, estão diretamente relacionados ao ocorrido, apesar de outras causas de morte ainda não estão descartadas, como alguma contaminação da água ou doenças nos animais. Além das altas temperaturas medidas no lago durante as tardes, há também uma grande variação da temperatura da água durante o dia, variando entre 29° e 38°C”, afirma o ICMBio.
A fim de prevenir novas mortes de botos e tucuxis nessa região crítica, a equipe da Operação Emergência Botos Tefé está adotando uma estratégia de prevenção, evitando intervenções diretas com esses animais, que são conhecidos por serem sensíveis a situações de estresse.
“A estratégia consiste no isolamento da Enseada do Papucu e condução dos animais para fora deste trecho crítico. O isolamento será feito com a implementação de uma barreira física chamada “pari”, que é feita de estacas de madeira e é baseada no conhecimento tradicional ribeirinho. Posteriormente, será realizada a condução dos animais para áreas mais profundas e menos quentes do Lago Tefé”, comenta.