As novas declarações que o hacker Walter Delgatti prestou em depoimento da CPMI dos atos de 8 de Janeiro, envolvem diretamente o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro e da deputada Carla Zambelli. Agora as acusações feitas estão sendo investigadas pela Polícia Federal.
Ainda não foi mostrada nenhuma evidência concreta sobre aos apontamentos feitos por Delgatti, porém, caso venham posteriormente a serem comprovados, o nome de Jair Bolsonaro estará comprometido à sérios crimes contra a democracia brasileira.
Delgatti deu sete novas declarações, sendo elas:
1) Perdão presidencial de Jair Bolsonaro: “A ideia ali era receber um indulto do presidente, Ele havia concedido um indulto a um deputado federal [Daniel Silveira, preso após fazer uma ameaça ao ministro Edson Fachin, do STF]. E como eu estava com o processo da [Operação] Spoofing à época, e com as cautelares que me proibiam de acessar a internet e trabalhar, eu visava a esse indulto. E foi oferecido no dia”.
2) Grampos no aparelho celular de Alexandre de Morais: “Segundo ele [Bolsonaro], eles haviam conseguido um grampo, que era tão esperado à época, do ministro Alexandre de Moraes. Que teria conversas comprometedoras do ministro, e ele precisava que eu assumisse a autoria desse grampo”.
3) Emprego na campanha de Bolsonaro durante as eleições: “Ela [Zambelli] disse que havia uma oportunidade de emprego para mim, no caso, seria na campanha do Jair Bolsonaro, do ex-presidente”.
4) Código-fonte falso: “Eles queriam que eu fizesse um código-fonte meu, não o oficial do TSE. E que nesse código-fonte eu inserisse essas linhas, que eles chamam de ‘código malicioso’, porque tem como finalidade enganar, colocar dúvidas na eleição”.
5) Ordens diretas do presidente: “Sim, eu sabia [que estava fazendo coisas erradas]. Lembrando que era ordem de um presidente da República. […] Então, eu estava… tanto que eu entrei em contato com a ‘Veja’ e relatei isso por medo”.
6) Mandado de prisão para Alexandre de Moraes: “Fui eu [o responsável por inserir o mandado falso no sistema]. A deputada me enviou um texto pronto, eu corrigi alguns erros e contextualizei, e publiquei a decisão. Ela me enviou [o texto], quem fez eu não sei”.
7) Relatório sobre as urnas eletrônicas: “Tudo isso que eu repassei a eles consta no relatório que foi entregue ao TSE. Eu posso dizer hoje que, de forma integral, aquele relatório tem exatamente o que eu disse, não tem nada menos e nada mais”.
Walter Delgatti foi preso em 02 de Agosto por invadir o Sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), porém, ele ficou conhecido em todo o Brasil no ano de 2019, por ter divulgado mensagens das autoridades envolvidas na operação Lava Jato, que posteriormente ficou conhecido “Vaza Jato”.
