Na última sexta-feira (28) o secretário de segurança pública do Amazonas, Carlos Alberto Mansur, contestou declaração do Ministro da Justiça, Flávio Dino, sobre a existência de crise na segurança pública do Amazonas, afirmando que “pra falar em crise, nós temos que ter indicadores”.
O Anuário de Segurança Pública 2022 apresentou dados, ranqueando Manaus como a terceira capital mais violenta do país. O mesmo anuário também informa que o Amazonas é o terceiro estado com maior taxa de mortes violentas intencionais. São 38,8 mortes a cada 100 mil habitantes. Para se ter um parâmetro o estado de São Paulo tem a menor taxa, são 8,4 mortes a cada 100 mil habitante, valor 4,6 vezes menor que o Amazonas.
O secretário de segurança faz um esforço hercúleo para negar o óbvio: que as facções comandam boa parte da cidade; que se normalizou as execuções de rivais em plena luz do dia; que parte de corpos decepados são encontrados com certa frequência espalhados pela cidade; que grande parte da população está com medo; que, enfim, a segurança pública no estado está em crise.
Ou o secretário menti descaradamente para a população ou presenciamos um caso grave de dissonância cognitiva. Onde o sujeito é levado, por seu viés cognitivo ou ideológico, a achar coerência única e exclusivamente em suas crenças, embora elas sejam desmentidas de forma cabal pela realidade cruel dos fatos.