O deputado estadual Adjuto Afonso (União Brasil) cobrou nesta segunda-feira (3/03), em sessão plenária da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), um posicionamento do Parlamento estadual contra ação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) que tenta regularizar a criação de gado no sul do Amazonas. Adjuto lembrou do peso do voto do eleitor do interior na composição atual da ALE-AM. “Corremos o risco de na próxima eleição sermos rechaçados por esses eleitores”.
“É preciso, sim, ter algum tipo de represália a essas pessoas”, disse Adjuto, ao criticar a ação do Ibama, que está notificando criadores de gado a retirarem animais de terras embargadas. De base eleitoral no interior, o deputado cobrou os colegas a defenderem mais as pautas dos municípios e não somente a Zona Franca de Manaus (ZFM).
Desmando
Adjuto classificou o trabalho do Ibama de “desmando” e cobrou uma posição da ALE-AM. “Quero fazer um chamamento para que essa Casa tome posição com relação a esses desmandos que estão acontecendo no Estado do Amazonas, principalmente no sul do Amazonas, que envolve os municípios de Lábrea, Humaitá, Apuí, Boca do Acre, Manicoré, no distrito de Matupi. Hoje, a produção, a pecuária, nesses municípios, talvez seja a maior do Estado”, afirmou.
Para o parlamentar do União Brasil, a legislação ambiental no Amazonas é muito dura com o setor primário. Isso, para ele, explicaria o sucesso de estados vizinhos, como Rondônia, que teriam leis mais flexíveis.
“Esses estados buscam alternativas e nós aqui ficamos à reboque da ZFM. Essa Casa precisa se posicionar para que não sejamos culpados porque não fizemos nada”, cobrou Adjuto.
Ao fazer a provocação aos colegas, Adjuto lembrou do peso do voto do eleitor do interior na composição atual da ALE-AM. “Corremos o risco de na próxima eleição sermos rechaçados por esses eleitores. Então, quero aqui pedir o apoio de todos nós, pedir que a Assembleia encabece esse movimento, tipo uma Assembleia itinerante, que vá aos municípios ouvir as comunidades, defender esses interesses”, declarou Adjuto.
“As pessoas estão se revoltando. Por que só o Amazonas [não pode ter pecuária]? Por que Rondônia tem um pujante agronegócio, uma pecuária forte?”, indagou o parlamentar.
Rebanho no Amazonas
Segundo dados do IBGE, o rebanho de bovinos no Amazonas é de 1,4 milhão de cabeças, com concentração nos municípios do sul do Amazonas.
A criação de gado no Amazonas só fica atrás da de galináceos, segundo o IBGE.