A proximidade da posse dos novos deputados federais e senadores, em 2 de fevereiro, aumenta a pressão junto ao Palácio do Planalto pela distribuição de cargos de segundo e terceiro escalões nos estados. Superintendências importantes e populares permanecem incertas como Suframa e INPA.
No Amazonas, há em torno de 56 cargos da administração federal que estão disponíveis e que podem sofrer indicações de parlamentares, partidos e outros aliados do governo Lula da Silva (PT).
Até agora, dois cargos federais foram definidos: um deles é o superintendente da Polícia Federal (Umberto Ramos), irmão do deputado Marcelo Ramos (PSD), e segundo é o parintinense Joel Araújo, nomeado pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, como superintendente substituto no Ibama do Amazonas.
Na última segunda-feira (23/01), quatro coordenadores da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) no Amazonas foram exonerados dos cargos, deixando as vagas em aberto. As demissões foram acelerados após o decreto de emergência feito pelo governo federal devido a situação do Povo Yanomami. Em todo o país foram 43 exonerações da Funai.
Divisão por legendas partidárias
Nessa legislatura, a bancada amazonense conta com cinco representantes, na Câmara e no Senado, que poderão reivindicar esses espaços na administração federal.
Dessa forma, o PSD tem em seus quadros o senador Omar Aziz e os deputados federais Átila Lins e Sidney Leite. Na divisão dos ministérios, o partido ficou com três pastas: Agricultura, Pesca e Minas e Energia.
Em tese, o PSD de Omar Aziz pode indicar nomes para os seguintes cargos:
- superintendência do Ministério da Pesca;
- superintendência federal de Pesca e Aquicultura no Amazonas
- superintendência federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
- superintendência regional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab-AM);
- chefe-geral da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa);
- superintendência regional da Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM), Ministério de Minas e Energia;
- superintendência do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM-AM)
MDB
Outro aliado do governo petista, que também conquistou ministérios foi o MDB, do senador Eduardo Braga. A legenda ganhou os ministérios do Planejamento, Cidades e Transportes.
A poderosa superintendência regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do Amazonas/Roraima, por exemplo, poderá ficar sob o comando de Eduardo Braga.
União e Cidadania
O União Brasil, com uma parte de seus membros que estará na base do governo, a partir deste ano, conta com Saullo Vianna e Fausto Júnior. O partido detém os ministérios de Integração e Desenvolvimento Regional, Turismo e Comunicação. Por outro lado, os adversários do governo no estado, como o PL (Capitão Alberto Neto), Republicanos (Adail Filho e Silas Câmara) e PSDB (senador Plínio Valério) automaticamente não farão parte da divisão do “bolo institucional”.
Outros parceiros
No entanto, o PT, PCdoB, PV, PSB, Rede, Psol e Solidariedade não têm representação do Amazonas na Câmara dos Deputados nem no Senado, mas, por serem aliados de primeira hora do governo Lula, deverão partilhar do quinhão administrativo.
O Partido dos Trabalhadores, que tem dez ministérios, terá à disposição cargos como a Delegacia Regional do Desenvolvimento Agrário e o Incra. Já o PCdoB, com o Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação, tem disponível os cargos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
O PSB ganhou os Ministérios dos Portos e Aeroportos, Justiça, Desenvolvimento Indústria, Comércio e Serviços, que tem a Suframa entre os seus quadros. A Rede ficou com o Ministério de Meio Ambiente.
Cargos da Suframa
A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) pertence ao PSB, mas o PT está de olho nela. Após circularem vários nomes para comandar a autarquia, o deputado federal José Ricardo – que não conseguiu a reeleição – é um dos cotados para assumir o cargo.
Instituições indígenas
Além dos ministérios tradicionais, há o estreante dos povos indígenas.
De antemão, a nova pasta já dispõe de pelo menos 13 cargos: seis coordenações regionais da Funai (rio Negro, Manaus, alto rio Solimões, Vale do Javari, médio rio Purus e rio Madeira). Ainda há os dirigentes dos sete distritos sanitários especiais indígenas (Dsei).