No dia 2 de fevereiro, os deputados federais eleitos e reeleitos tomarão posse para mais quatro anos de mandato. Apesar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter feito uma articulação que arrecadou diversos partidos para sua base, a oposição de “herdeiros” do bolsonarismo ainda será grande. Até o momento, a bancada do Amazonas deverá ter maioria dos deputados declarando postura de neutralidade em relação ao governo, ou seja, não entram diretamente na cota de aliados diretos do presidente petista.
Dos quatro deputados que se reelegeram, dois devem, em tese, integrar a base de sustentação do novo governo: Átila Lins e Sidney Leite, ambos do PSD. Outros dois, devem adotar o discurso da oposição: Capitão Alberto Neto (PL) e Silas Câmara (Republicanos).
Já os estreantes Adail Filho (Republicanos), Amom Mandel (Cidadania) e Saullo Vianna (União Brasil), estão sustentando a postura de neutralidade. Outro estreante, o deputado Fausto Jr. (União Brasil), eleito sob o lobby de Bolsonaro, já vem demonstrando que seguirá com a postura de oposição na Câmara.
Nas redes sociais, Fausto tem reprovado ações do presidente. Nos últimos dias, ele criticou o Decreto 11.342/23, de Lula (PT), que extinguiu a Diretoria de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos (Dipebs), criada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “A esquerda não está levando em consideração décadas de lutas da comunidade surda por uma educação bilíngue de qualidade. Lamentável!”, afirmou Fausto
O deputado federal eleito Saullo Vianna afirmou que vai aguardar qual será o posicionamento do governo sobre os interesses do Amazonas, como os incentivos à Zona Franca de Manaus, investimentos em infraestrutura e projetos de desenvolvimento. “O meu pedido aos meus pares nessa discursão é que essa decisão também seja levada em consideração sobre qual posicionamento o próximo governo terá sobre o Amazonas. Principalmente sobre os incentivos da ZFM”, diz o parlamentar.
Adail Filho sustenta que deve assumir a postura de independência na Câmara. Essa postura, disse, foi decidida e informada em reunião geral do seu partido. “Me manterei livre de qualquer influência de ordem e seguirei de forma independente, como já havia decidido em uma reunião geral do meu partido, ao lado de meus colegas republicanos”, afirma.
Mais votado entre os oito deputados eleitos pelo Amazonas, o ainda vereador Amom Mandel (Cidadania) chegou a afirmar, logo após a campanha de 2022, que adotaria postura independente em Brasília. No âmbito nacional, o Cidadania, legenda partidária integrada por Amom, firmou apoio a Lula (PT), durante a campanha eleitoral.