Eleito deputado federal nas eleições 2022, Adail Filho (Republicanos) já é alvo de processos e até pedido de cassação do Ministério Público Eleitoral (MPE) por infração à Lei das Eleições. A possibilidade de cassação do ex-prefeito de Coari, antes mesmo de assumir a vaga, coloca em risco o mandato de Silas Câmara (Republicanos).
Na hipótese de cassação, por mais remota que seja, quem seria beneficiado seria Marcelo Ramos, do PSD e Pauderney Avelino, do União Brasil, uma vez, por conta da falta de quociente, Silas também sairia. A reportagem conversou um analista político sobre os riscos que os processos que Adail enfrenta trazem para sua posse.
Segundo o analista político Helso Ribeiro, caso as representações contra o deputado sejam aceitas, há duas hipóteses em relação à vaga na Câmara dos Deputados. Uma delas colocaria Marcelo e Pauderney na Câmara e outra poderia colocar o vereador João Carlos no lugar de Adail Filho.
“A hipótese mais esperada é que os votos dele sejam jogados fora, aí o partido dele não faz o quociente eleitoral. Sai ele [Adail] e Silas Câmara, aí entrariam Marcelo Ramos pelo PSD e provavelmente Pauderney Avelino (UB)”, explica o analista.
Isso se aplica porque tanto o PSD quanto o União Brasil já conquistaram quatro cadeiras – duas vagas cada um – das oito que o Amazonas tem na Câmara Federal.
João Carlos sobrevoa da Câmara dos vereadores para a Câmara Federal
Existe ainda uma segunda hipótese, “mais improvável”, segundo o especialista: “o tribunal considerar os votos dados ao partido, tendo em vista que é uma eleição proporcional, e considerar os votos dele como os votos do partido. Aí, permaneceria o Silas e entraria o suplente”, afirmou.
Nesse caso, quem assumiria a segunda vaga pelo Republicanos seria o vereador João Carlos, que é o primeiro suplente da legenda.
Processos e acusações
As representações, de autoria do procurador eleitoral Edmilson Barreiros Júnior, são por suposta arrecadação e gastos ilícitos e condutas vedadas. Há também uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), que trata de abuso de poder econômico.
Também são alvo: a irmã de Adail, a deputada estadual reeleita, Mayara Pinheiro (Republicanos), e o deputado estadual eleito Thiago Abrahim (União Brasil). Todas as representações podem cassar o mandato dos políticos.