Em reunião para minimizar os impactos da paralisação de caminhoneiros no Amazonas, na tarde desta sexta-feira (25), os órgãos do sistema estadual de segurança pública obtiveram de representantes do movimento o compromisso de manter o abastecimento de combustíveis aos serviços essenciais, como segurança pública, saúde e transporte coletivo na capital. Não houve sinalização pelo fim da paralisação, que é nacional, sob a alegação de que o governo federal não atende a integralidade das reivindicações.
A reunião na tarde desta sexta-feira ocorreu na sede do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no Aleixo, zona centro-sul de Manaus. Desde a última segunda-feira, quando o movimento eclodiu em todo o país, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) está acompanhando a movimentação dos caminhoneiros, que fazem reivindicações ao governo federal pela redução do preço dos combustíveis e mudança na política de preços adotada nos últimos anos pela Petrobras.
Liderado pelo coordenador de Planejamento e Gestão Integrada, coronel da PM Fábio Pacheco, o diálogo com os representantes dos trabalhadores envolveu PM, Polícia Civil, Sinetram, PF, PRF, ABIN, Manaustrans, ANP, assessoria militar do MPE, Corpo de Bombeiros e Secretaria de Estado de Administração e Gestão (Sead). Do lado dos trabalhadores, participaram dirigentes dos Sindicatos dos Caminhoneiros Autônomos (Sindiccaceam), Federação das Empresas Revendedoras de Gás Liquefeito do Estado do Amazonas e Cooperativa de Motoristas por Aplicativos.
Canal de interlocução
A reunião com os órgãos de segurança foi para abrir um canal de interlocução com os líderes do movimento. A negociação de reivindicações está sendo tratada, de forma nacional com o governo federal. “Estabelecemos negociadores para a parte administrativa e operacional e conseguimos, inclusive, restabelecer a condição do transporte coletivo de forma coerente. Os próprios manifestantes observaram que os serviços essenciais têm que ser respeitados. Eles não querem nenhum embate com o cidadão. Tem a causa deles, mas estão respeitando as autoridades constituídas”, disse o coronel Pacheco.
Serviços essenciais mantidos
O principal acordo foi por manter o abastecimento de serviços essenciais, mesmo que não haja a paralisação do movimento no fim de semana. É uma forma de minimizar os impactos para a população. Ainda durante a reunião, caminhões com o combustível para abastecer os ônibus do transporte coletivo da capital foram liberados. Da parte do governo estadual, o que inclui as demandas de combustível para a Segurança Pública e Saúde, o abastecimento também foi assegurado.
Ao interior, os representantes dos movimentos afirmaram durante a reunião que estão liberando combustíveis, gás e outros produtos para atender os municípios, principalmente cidades com energia elétrica alimentada por térmicas.
“Vamos garantir o abastecimento dos serviços essenciais e também que o movimento continue dentro da ordem, sem desrespeitar o que é necessário para a ordem na cidade. Vamos ter um link direto com a Sead para repassar as demandas do Estado, que serão atendidas. Se a gente não conseguir avançar nos próximos dias, vamos fazer um dia de abastecimento na cidade. Nossa questão principal é com o governo federal”, disse o presidente do Sindiccaceam, Sérgio Alexandre da Silva.
Pontos de paralisação
Até o momento, o movimento de paralisação dos caminhoneiros não teve registro de atos de violência. Sob a condução do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), o sistema de segurança trabalha em articulação aos organismos municipais, estaduais e federais para garantir a desobstrução de vias e o direito à locomoção do cidadão.
Ao longo do dia, equipes da Polícia Militar estiveram presentes em quatro pontos de paralisação na capital, para manter a ordem. Na BR-174, estrada que liga Manaus a Boa Vista, caminhoneiros ficaram estacionados em um lado da via, mas o tráfego não foi interrompido. Bloqueios foram registrados na Estrada do Marapatá e na rua Rio Quixito, rotas de acesso a refinarias. Nesses dois pontos, foram registrados 245 caminhões de carga, 56 caminhões-pipa e 20 veículos de transporte por aplicativo parados na estrada ou no interior das refinarias.
O secretário de Segurança, coronel PM, Anézio Paiva, destacou que a frota de veículos das Polícias Civil e Militar e dos demais órgãos da segurança do Estado segue funcionando sem interrupções e que o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Administração e Gestão (Sead), já havia montado um plano de contingência emergencial para o abastecimento de viaturas e ambulâncias, caso a paralisação se prolongue.
“O trabalho com a Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal nas rodovias é no sentido de desobstruir as vias e evitar que ocorram brigas e depredação do patrimônio público e privado”, disse.
Com informações da assessoria
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