O Amazonas está sendo o anfitrião da pauta da Aftosa na região Norte. O Brasil vai iniciar uma campanha nacional para adquirir status de Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação e o Estado pode receber o status até 2020.
A pauta foi discutida durante a 1ª Reunião do Bloco 2, composto pelos Estados do Amazonas, Amapá, Pará e Roraima, nesta terça-feira (10/04), no auditório da Suframa, no Distrito Industrial, zona sul de Manaus.
O evento reuniu representantes dos órgãos de serviço veterinário oficial e superintendentes de agropecuária das regiões Norte e Centro Oeste do País.
De acordo com o coordenador de sanidade animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Heitor Medeiros, a reunião teve como objetivo tratar sobre o Plano Estratégico 2017-2026 referente ao Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), que prevê a retirada da vacinação contra a doença até 2023 em todo o território brasileiro.
Para iniciar este novo processo, o País foi dividido em cinco blocos. No bloco 1 integram os Estados do Acre e Rondônia, além da região sul e sudeste do Amazonas, incluindo doze municípios devido a localização geográfica.
O Amazonas participa do bloco 2 (com 50 municípios), juntamente aos Estados de Roraima, Amapá e Pará. No Bloco 3 estão Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte; Bloco 4, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Tocantins, e; no Bloco 5: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul.
“O Mapa traçou o plano para essa fase do PNEFA e algumas etapas devem ser cumpridas. Queremos reforçar o compromisso de todos os setores que representam o agronegócio. Estamos compactuando com o setor privado, público e associações e, a partir daí avançaremos de forma segura para a retirada da vacina contra a febre aftosa”, destacou Heitor Medeiros, coordenador de Sanidade Animal do Mapa.
Atualmente, o Brasil possui apenas um Estado da federação livre de febre aftosa sem vacinação, que é Santa Catarina, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OIE). Para o próximo mês, o Amazonas deve ser reconhecido internacionalmente como área livre de febre aftosa com vacinação pelo órgão internacional.
O diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf), órgão integrante do Sistema Sepror, Sérgio Muniz, ressaltou os avanços conquistados recentemente com o apoio do governo do Estado, no intuito de criar uma nova matriz econômica. Destacou que na última semana foi aprovado o Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCR) da Adaf, permitindo também a realização do concurso público.
Além disso, a aquisição de 32 voadeiras, 140 computadores e o aluguel de 10 caminhonetes que vão auxiliar o trabalho de sanidade animal no Estado.
Durante os debates, Sérgio demonstrou preocupação também com as barreiras sanitárias nas regiões de fronteira. “É preciso manter as barreiras do Mapa nas áreas fronteiriças, como a de Tabatinga, que faz divisa com a Colômbia, e em Pacaraima (RR), na fronteira com a Venezuela. O governo venezuelano não está cuidando das pessoas, imagine dos animais. Precisamos ter muita atenção e agir com responsabilidade”, garantiu ele.
Pioneirismo
Para o secretário de Estado da Produção Rural (Sepror), José Aparecido dos Santos, ao governo do Estado estará empenhado para que inicie essa nova etapa. “O Brasil levou 60 anos pra chegar à erradicação, no Amazonas levou um pouco mais. Agora nessa nova etapa parte do Amazonas poderá se tornar um dos primeiros Estados livres de febre aftosa sem vacinação”, destacou o secretário da Sepror.
Esses doze municípios representam mais de 60% do rebanho do Amazonas. Ao todo são em torno de 662 mil cabeças de gado entre bovinos e bubalinos. O Amazonas possui um rebanho total de 1.305.977. O município que se destaca com o maior rebanho é Boca do Acre com 357.161 (bovinos), 274 (bubalinos), no total 357.792. Em seguida Apuí com 138.873 (bovinos) e 166 (bubalinos) totalizando 139.0393 cabeças de gado e em terceiro Manicoré com 108.520 (bovinos) e 163 (bubalinos), num total de 103.880 cabeças de gado.
Para a presidente do Instituto de Defesa Agropecuária do Mato Grosso e representante do Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa), Daniela Bueno, o plano de retirada gradual da vacinação contra a Aftosa é importante, mas ela faz um alerta. “Todos os técnicos tem vontade, o que precisamos é que todos os Estados e o Governo Federal façam os repasses necessários para garantir o avanço e a sustentabilidade desse programa”, pontuou.
Faturamento
Durante palestra no evento, o representante da Confederação Nacional da Agropecuária (CNA), Décio Coutinho, explicou de que forma a pecuária brasileira pode ganhar com o status de rebanho Livre de Aftosa sem vacinação.
Segundo os dados do mercado bovino, 18% dos 140 países importadores de carne bovina, exigem esse status na hora de comprar. Portanto, o novo status pode dobrar o faturamento das exportações de carne no Brasil.
Com informações da assessoria
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