O secretário de Estado Meio Ambiente (Sema) e presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Marcelo Dutra, defendeu nesta segunda-feira (19) durante a abertura do 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília (DF), a promoção de desenvolvimento econômico em bases sustentáveis dentro das Unidades de Conservação (UCs) no Estado.
Em palestra no painel “Financiamento e Pagamento por Serviços Ecossistêmicos e Ambientais”, Marcelo Dutra afirmou que o Amazonas é o maior provedor mundial de serviços ambientais e, muito mais que criar isolamento de grades faixas de floresta nas UCs, precisa construir um futuro de inclusão das populações tradicionais. “Com isso vamos dar o real valor econômico tanto quanto serviços ecossistêmicos e ambientais”, disse o secretário.
De acordo com o secretário da Sema e presidente do Ipaam, para garantia e efetividade das políticas ambientais de conservação é necessário ampliar as Parcerias Público Privadas (PPPs) e aumentar os investimentos em programas e projetos de promoção em sustentabilidade. Ele citou como exemplo um maior incremento nas atividades de arranjos produtivos, ecoturismo, extrativismo e uso sustentável de recursos de alto valor de mercado, como a madeira e o minério.
A mesa do painel foi coordenada pelos representantes daa Sustainable Water Future Programme, Alex Mayer, Word Resources Institute, Suzane Osment, Great Paris Sanitation, Tistan Milot, National Water Agency do Peru, Yuri Pinto Ortiz e da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Victor Salviati.
Um dos mediadores do painel, o diretor da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Victor Salviat, apresentou o programa Bolsa Floresta como serviço de pagamento de compensações ambientais, projeto que, segundo ele, garantiu a governança de uma área de mais de 10 milhões de hectares no Amazonas.
Protagonismo – Para Marcelo Dutra, o Amazonas é um dos estados brasileiros protagonista do 8º Fórum Mundial da Água, que encerra nesta sexta-feira (23) no Centro de Convenções Ulysses Guimarães e anexo do Estádio Mané Garrincha. O evento reúne 160 países diferentes e são esperadas cerca de 45 mil pessoas nas mais de 300 discussões de debates programados.
Dutra disse que os primeiros debates demonstraram a preocupação dos países com a segurança hídrica mundial e o Estado se apresenta como fórum permanente das discussões, por apresentar políticas públicas de meio ambiente positivas. Ele citou como exemplo o projeto do Amazonas de construir, ainda este ano, o maior corredor ecológico do planeta e melhorar ainda mais o índice de conservação da floresta, que hoje é em torno de 98%.
“A gente observava no mapa do Amazonas um mosaico não continuo de Unidades de Conservação (UCs), terras indígenas, ou seja, áreas protegidas. Os países vizinhos também têm alguns mosaicos, e o que nós precisamos é agir estrategicamente”, observou.
Estratégias – O secretário da Sema disse que a estratégia do Estado conta com duas linhas de raciocínio. “Primeiro, precisamos elaborar mecanismos de monitoramento com foto no resultado da qualidade do de programas socioambientais no Estado para nos mostrar quais UCs valoram a vida humana e a conservação. Segundo, quais as ações nós precisamos levar adiante para melhorar nossos índices de conservação”, frisou Marcelo Dutra.
Ele destacou a importância do trabalho articulado com outras instituições federais e municipais para implementar bases comunitárias onde existe desmatamento e vazios humanos (Alto rio Negro e rio Japurá) para conectar as UCs dentro de um corredor ecológico de áreas protegidas de uma cidade, de uma calha até outra, com estados limítrofes, a leste (Pará e Amapá), até os países fronteiriços a oeste.
Desenvolvimento sustentável — No entendimento do secretário da Sema, a partir da implantação de todo esse processo, o Amazonas cria um grande corredor de conservação, onde a vida humana é valorizada pelo desenvolvimento sustentável. “E onde podemos aprimorar cada vez mais investimentos em sustentabilidade, pesquisa, educação, desenvolvimento e inovação tecnológica”, destacou Marcelo Dutra.
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