Manaus,8 de novembro de 2024

A morte de um ídolo literário!

Por Michele Portela

A morte do jornalista e escritor Carlos Heitor Cony consternou a comunidade literária brasileira, que perdeu um dos seus mais ilustres representantes da Academia Brasileira de Letras. Cony morreu em decorrência de complicações após uma cirurgia no estômago, na última sexta-feira (5), aos 91 anos, no Rio de Janeiro.
A Academia Brasileira de Letras (ABL), da qual Cony era membro desde 2000, informou sobre a cerimônia de cremação Memorial do Carmo, no Rio, no dia seguinte à morte. Com uma longa carreira de jornalista, iniciada ainda nos anos 1950, e atuação nos principais jornais e revistas do país ao longo das últimas décadas, Cony ganhou alguns dos principais prêmios literários do país.
Autor de 17 romances, tem entre suas obras-primas “O ventre” (1958), “A verdade de cada dia”, “Tijolo de segurança” e “Pilatos” (1973). Depois deste último, passou mais de 20 anos sem publicar nenhum outro romance, quando lançou “Quase memória” (1995). A obra, que vendeu mais 400 mil exemplares, rendeu o Prêmio Jabuti, assim como “A casa do poeta trágico” (1996).
Cony também escreveu coletâneas de crônicas, volumes de contos, ensaios biográficos, obras infantojuvenis, adaptações e criou novelas para a TV. Foi comentarista de rádio, função que exerceu até o fim da vida, na CBN.
Certa vez, perguntado sobre o que gostaria de ver escrito em sua lápide quando morresse, respondeu: “Meu epitáfio seria: ‘Aqui não jaz Carlos Heitor Cony. Porque, realmente, aquele que for para debaixo da terra não vai ter nada comigo do que sou hoje e do que eu represento'”.

Perfil

Carlos Heitor Cony nasceu no Rio em 14 de março de 1926. Era filho do jornalista Ernesto Cony Filho e de Julieta Moraes Cony. Mais velho, cursou humanidades e filosofia no Seminário de São José. Começou a carreira de jornalista escrevendo para o rádio e, em 1952, assumiu o cargo de redator do “Jornal do Brasil” – e entre 1958 e 1960 colaborou no “Suplemento Dominical” do mesmo veículo, escrevendo contos, ensaios e fazendo traduções.

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