Durante uma Tribuna Popular sobre a população em situação de rua de Manaus, realizada na última quarta-feira (11/09), na Câmara Municipal de Manaus (CMM), o autor da propositura, vereador Dr. Daniel Vasconcelos (Republicanos), criticou a ausência de políticas públicas por parte da Prefeitura de Manaus para essa população, que a cada dia vem crescendo.
Participaram da Tribuna representantes de organizações da Igreja Católica que trabalham com esse público.
Abordando a temática: “Políticas Públicas Efetivas para os invisíveis da cidade de Manaus e o Direito a ter Direitos para POP RUA”, membros da Pastoral do Povo de Rua, Comunidade Nova e Eterna Aliança, Fraternidade o Caminho e Aliança de Misericórdia contribuíram com suas experiências de atuação.
“Foi um momento importante de diálogo, onde foi apresentado aos parlamentares e a população o valoroso serviço de amor e compaixão que a Igreja Católica, por meio de organizações, oferta a essas pessoas. Ainda assim, a demanda é alta e a Prefeitura precisa agir de maneira concreta e efetiva para dar dignidade a tanta gente espalhada em várias áreas de Manaus sem qualquer tipo de amparo”, pontuou o vereador Dr. Daniel Vasconcelos, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos, Povos Indígenas e Minorias da CMM.
Para o padre Orlando Barbosa, assessor eclesiástico da Arquidiocese de Manaus, a Tribuna foi uma oportunidade valiosa de construção de ações.
“Agradeço ao vereador por essa oportunidade, para que o serviço da nossa Arquidiocese feito pelas comunidades e organizações, que atuam há anos, possam se apresentar, além de falarmos das políticas públicas do município que pode ser construída com o Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para População em Situação de Rua (Ciamp-Rua), para que haja adesão de um plano e sejam ampliados os serviços aos nossos irmãos em situação de rua”, disse.
O fundador da Comunidade Nova e Eterna Aliança, Adeval Menezes, que possui 30 anos de fundação, atendendo mais de 25 mil pessoas em vulnerabilidade social na capital, destacou: “Durante muitos anos a gente vem tentando para dar visibilidade a esse público que é invisível à sociedade e quando se abre as portas para nós, também é aberto para todos eles. Dessa maneira, podemos pleitear seus direitos, que são violados diariamente”.
O evento ainda contou com participação da sra. Mariana da Cruz, coordenara da missão da Comunidade Aliança de Misericórdia, uma organização que atua há 15 anos na cidade, e que há 10 anos possui a “Casa Restaura-me”. Frei Augusto, da Fraternidade O Caminho, comunidade, que há 17 anos faz um serviço de acolhimento a dependentes químicos e outros, também esteve presente, além de Higson Reis, pessoa em situação de rua, que é amparado pela Igreja Católica, e que hoje faz diversas reivindicações por essa população.
Dados da População de Rua – Um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que a população de rua no Brasil cresceu 38% entre 2019 e 2022, quando atingiu 281.472 pessoas. De acordo com a Secretaria Municipal da Mulher, Assistência e Cidadania (Semasc), em Manaus, o grupo saltou de 354 pessoas em 2018, para 1.672 em fevereiro de 2024, um aumento de 372%, desde a pandemia da Covid-19, em 2020.