A deputada estadual Débora Menezes (PL) compartilhou, nas redes sociais, nesta terça-feira (16/7), um trecho dos áudios vazados do ex-presidente Jair Bolsonaro sustentando que ele teve uma postura correta durante a conversa com advogados de defesa do filho, Flávio Bolsonaro, no caso sobre rachadinhas fiscais.
Nas redes, defendendo o ex-presidente, a deputada sugere um outro sentido para a conversa, alegando que Bolsonaro estaria levando o caso à denuncia propondo falar com o ex-chefe da Receita Federal a respeito das investigações envolvendo Flávio. Porém a Polícia Federal aponta que ele tratava naquele momento junto a defesa do filho, utilizar a “Abin paralela” para anular as investigações envolvendo o senador.
“Sempre estivemos do lado correto. Em áudio divulgado por ministro, Bolsonaro sugere falar com o chefe da Receita e de órgão sobre investigação do caso da rachadinha de Flávio. Aumente o volume, ouça e tire as suas próprias conclusões!”, escreve nas redes.
A reportagem fez contato com a assessoria da parlamentar, mas ainda não obteve resposta.
Entenda o contexto
Segundo a PF, a conversa está relacionada ao uso ilegal da Abin e tinha objetivo de obter informações que levassem a anulação de uma investigação na qual o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi acusado de praticar “rachadinha” entre os funcionários de seu gabinete quando era deputado estadual no Rio de Janeiro.
Além da participação de Ramagem na reunião, na época ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), também estavam presentes o então presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, e duas advogadas de defesa do senador Flávio Bolsonaro — Juliana Bierrenbach e Luciana Pires.
Durante o encontro, as advogadas apresentam a Jair Bolsonaro, Heleno e Ramagem um suposto esquema criminoso operado por quatro funcionários da Receita Federal que, acreditavam elas, poderia anular as investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro em relação ao senador.
O áudio apreendido pela PF mostra o ex-diretor-geral da Abin dando orientações às advogadas do senador Flávio Bolsonaro em relação ao caso das “rachadinhas”. Além disso, ele faz um alerta sobre riscos “políticos” em relação à condução do caso.
A gravação também mostra que Jair Bolsonaro disse que Wilson Witzel, à época governador do Rio, sugeriu ajudar Flavio Bolsonaro em troca de uma vaga no Supremo Tribunal Federal.