O governo federal divulgou, nesta quinta-feira (21/3), um conjunto de medidas destinadas aos jovens negros, com um investimento estimado em R$ 665 milhões. O Plano Juventude Negra Viva (PJNV) foi apresentado em Ceilândia, no Distrito Federal, com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Lula assinou na cerimônia o decreto que institui o plano. Em discurso, o presidente disse que “não podemos assistir apáticos ao extermínio da juventude negra do nosso país”. “Enquanto estamos aqui reunidos, em algum canto do país há uma pessoa negra sofrendo agressões verbais, física, única e exclusivamente por conta da cor da sua pele. Ou pior, confundida com um bandido e executada a sangue frio. Ou então vítima de uma bala perdida que quase sempre encontra um corpo negro em seu caminho e que tantas vezes mancha de sangue o uniforme escolar e rouba a alegria e a paz de famílias inteiras no nosso país. Não podemos achar normal”, afirmou.
O PJNV engloba diversas iniciativas nas áreas fundamentais como segurança pública, educação, saúde, assistência social, esporte e meio ambiente, entre outras. O objetivo central é implementar ações abrangentes para reduzir a violência fatal e outras formas de vulnerabilidade social enfrentadas pela juventude negra. O plano foi elaborado após um amplo processo de escuta ativa, envolvendo mais de 6 mil jovens de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal ao longo de 2023.
Dividido em 11 eixos transversais, o PJNV estabelece metas específicas e ações integradas de 18 ministérios, totalizando 43 metas e 217 ações acordadas. De acordo com a ministra Anielle Franco, responsável pela pasta da Igualdade Racial, o programa visa estabelecer políticas duradouras para a juventude negra. “Trabalhar para que nossos jovens tenham acesso pleno aos seus direitos e possam alcançar todo o seu potencial é um compromisso fundamental do Ministério da Igualdade Racial e de todo o Governo Federal. Para nós, a plenitude da vida da juventude é uma prioridade inegociável, e este é um legado que não abriremos mão”, destacou.