Manaus,21 de novembro de 2024

Economia brasileira cresce 2,9% em 2023, aponta IBGE

A economia brasileira encerrou 2023, primeiro ano do terceiro mandato de Lula, estagnada, mas os bons resultados dos primeiros trimestres contribuíram para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,9% no ano passado. O número foi divulgado nesta sexta-feira, 1º, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O número fechado do crescimento 2023 surpreendeu positivamente. No início do ano, as previsões dos analistas para o desempenho da economia eram bem mais modestas. Não passavam de um crescimento de 1%. Se essas projeções se confirmassem, apontariam para uma desaceleração relevante em relação a 2022, quando o PIB avançou 3%.

“O ano de 2023 terminou bem melhor do que se imaginava”, afirma Alessandra Ribeiro, economista e sócia da consultoria Tendências.

O resultado do PIB do ano passado ficou dentro do esperado pelos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, cujo intervalo variava de alta de 2,8% a 3,2%. Mas veio um pouco abaixo da mediana das previsões, que era de avanço de 3%.

No quarto trimestre, a economia ficou estagnada em relação aos três meses anteriores. Neste sexta-feira, o IBGE revisou o crescimento do terceiro trimestre de 0,1% para zero.

No ano passado, pela ótica da oferta,a agropecuária foi o grande destaque. A supersafra e os bons preços no mercado internacional garantiram um crescimento de 15,1% para o setor. Com a safra concentrada no início do ano, os números positivos da agropecuária ficaram concentrados nos primeiros meses de 2023. No primeiro trimestre, por exemplo, o agro cresceu 12,5%.

“A previsão era de um crescimento da safra em relação a 2022, mas foi uma safra bem mais forte do que se esperava”, afirma Natália Cotarelli, economista do banco Itaú. “Esse agro mais forte vai ser responsável por um terço do crescimento de 2023 e ajudou também outros setores. Beneficiou a parte de serviços de transporte e armazenamento, por exemplo.”

Em 2023, outro destaque foi o setor de serviços, com alta de 2,4%. A indústria avançou 1,6%, ajudada, sobretudo, pelo setor extrativista.

“Não foi só o agro (que surpreendeu). Houve uma resiliência da economia de serviços e mesmo da indústria”, afirma Alessandra. “Apesar de alguns comportamentos negativos na parte de transformação e construção, toda a parte de indústria extrativa e distribuição de energia elétrica veio melhor do que o esperado.”

Pela ótica da demanda, o ponto positivo foi o consumo das famílias, com alta de 3,1%, turbinado pelo aumento das transferências do governo, reajuste do salário mínimo acima da inflação e mercado de trabalho aquecido.

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