Manaus,21 de novembro de 2024

A queda

A Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados e Contratados do Estado do Amazonas – Arsepam está sob nova direção. O ex-diretor-presidente, João Rufino Júnior, aguarda sua exoneração ser publicada no Diário Oficial do Estado, mas o novo diretor-presidente está definido e aguarda apenas as burocracias de praxe para tomar posse. Assim funciona a política: rei morto, rei posto!

E por falar nela – a política -, quem entra nesse jogo sabe que não há como jogar sozinho. É um jogo coletivo, joga-se em grupo. Observe a história e perceberá que o segredo da longevidade de personagens políticos, partidários ou não, perpassa por quão forte e articulado é o grupo que representa. Ter grupo é questão de sobrevivência.

Explicada a importância de um grupo político para se manter no jogo do poder, a saída de João Rufino da Arserpam pode ser explicada, em parte, pelo abandono do grupo que o levou ao cargo de direção. Adepto da filosofia da meritocracia, o ex-diretor-presidente propalava aos quatro cantos que o seu “currículo” o conduziu ao cargo que ocupava, menosprezando assim toda a articulação que o fez chegar à direção da autarquia e de tantos outros cargos políticos que ocupou anteriormente.

Uma vez empossado acreditou que apenas seu pífio currículo o sustentaria na cúpula do governo do estado. Ledo engano. O desempenho medíocre frente a Arsepam e a arrogância com que tratava todos, inclusive os servidores da autarquia, o transformaram em uma pessoa a ser evitada. Antigos aliados, subordinados, e até bajuladores de ocasião, todos queriam apenas distância.

Inebriado pelo poder e convicto de qualidades que não possui acreditou que fazia parte do grupo de Wilson Lima. Afinal, ocupava cargo importante dentro do governo. Vaidoso, descobriu, da pior forma, que era somente mais um peão no tabuleiro do poder. Uma peça isolada e descartável que agora, fora do jogo e sem os benefícios do cargo, terá o desprezo de muitos por não ter mais poder político e continuará sendo persona non grata entre aqueles que foram usados como escada para seu projeto pessoal de poder.

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