O Brasil caiu 10 posições no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2023, primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de acordo com ranking divulgado nesta terça-feira (30/1) pela ONG Transparência Internacional. O país registrou 36 pontos e foi classificado na 104ª posição, entre 180 países avaliados, ao lado da Argélia, da Sérvia e da Ucrânia.
Entre 180 países analisados, o Brasil ocupa o 104º lugar, com a nota 36, dois pontos a menos que no ano anterior – a média global é de 43.
O Brasil tem uma avaliação semelhante à de países como Ucrânia, Sérvia e Argélia e pior que de nações como Índia, Vietnã, Marrocos e Belarus.
Segundo o relatório, a responsabilidade pelo desmonte de marcos institucionais contra a corrupção que levaram décadas para ser erguidos é da gestão de Jair Bolsonaro (2019-2022). Ao mesmo tempo, porém, o governo Lula vem falhando na reconstrução de mecanismos similares.
“Tivemos uma série de retrocessos nos últimos anos e agora estamos testemunhando a dificuldade do processo de reconstrução das instituições”, diz Guilherme France, gerente do centro de conhecimento anticorrupção da Transparência Internacional.
“A lição que fica é que o processo de degradação das instituições que compõem o Estado democrático de Direito pode acontecer de forma bastante rápida, mas o de reconstrução é demorado e demanda envolvimento de todos os atores da sociedade.”
Segundo a Transparência, os pontos negativos do governo Lula foram a nomeação de Cristiano Zanin, ex-advogado do presidente, como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e a opção do petista por ignorar a lista tríplice proposta pelos procuradores para escolher o novo chefe da Procuradoria-Geral da República, Paulo Gonet.