Manaus,21 de novembro de 2024

Silas Câmara tem prazo de validade na presidência da Bancada da Bíblia

O deputado Silas Câmara deve deixar a presidência da Frente Parlamentar Evangélica (FPE) no início de fevereiro, após seis meses comandando a bancada evangélica, que é composta por 129 deputados federais. O deputado Eli Borges (PL-TO) deve assumir pelos próximos seis meses.

Para evitar uma racha na bancada evangélica, o grupo decidiu que o mandato seria dividido em quatro partes, que começou com Silas em agosto de 2023. Esta é a terceira vez que Silas assume a presidência da FPE, uma das maiores bancadas do Congresso.

Tensão na bancada da fé

No entanto, parece que a bancada não está mais tão favorável ao deputado do Amazonas, ao considerar a proximidade de Silas ao governo de Lula (PT). A divisão ficou mais evidente com o impasse sobre a anulação da isenção tributária a pastores e líderes religiosos.

A bancada considera Eli Borges (PL-TO) menos próximo do governo Lula e tem visto com ‘maus olhos’ a aproximação de Silas ao governo petista.

Pressionado pela bancada, Silas afirmou, em agosto de 2023, que não é amigo do presidente Lula, nem da esquerda, mas que é uma pessoa do diálogo. Silas disse, durante entrevista, que é possível dar ao atual presidente o benefício da dúvida, mas que não encara Lula como um “aliado natural”.

Depois do encontro com Haddad, o presidente da bancada, Câmara, recuou das duras críticas que tinha feito anteriormente. Ambos anunciaram a criação de um grupo de trabalho para discutir a isenção tributária sobre a remuneração de pastores.

As declarações do presidente da FPE destoam do lado da banca considerada mais bolsonarista, como a do deputado federal Marco Feliciano (PL-SP). O deputado federal Marco Feliciano (PL-SP), que em 2022, chamou Lula de “endemoniado mor” e se referiu ao Partido dos Trabalhadores como “Partido das Trevas”.

Feliciano criticou o encontro entre Silas e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tentar resolver a anulação da isenção tributária a pastores.

“Se houve reunião da liderança da frente parlamentar evangélica que tornou alguns parlamentares evangélicos porta-vozes do governo Lula, que não respeita os evangélicos nem no que cremos, creio que a diretoria não foi comunicada e nem nós, membros da frente, fomos informados”, disse.

 

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