Manaus,27 de novembro de 2024

Abin tentou associar Gilmar e Moraes ao PCC, diz PF

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tentou produzir provas que relacionassem deputados federais e os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

É o que apontou relatório da Polícia Federal enviado à Corte pedindo autorização para a operação “Vigilância Máxima”, deflagrada nesta quinta (25/1), e que teve como um dos alvos o ex-diretor-geral da Abin Alexandre Ramagem (hoje deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro).

“Nesta trilha, identificou-se a Operação “Portaria 157” cujo objeto, em suma, seria a obtenção de informações sobre a atuação de ONG, conforme entendimento da Abin, eventualmente vinculada ao PCC. (…) As ações apresentaram viés político de grave ordem representando mais um evento de instrumentalização da Agência Brasileira de Inteligência – Abin”, diz o relatório, completando:

“Nesta trilha, a análise preliminar do material apreendido revela gravidade ímpar nesta “operação de inteligência” posto que foram realizadas diligências valorando como “risco” julgamento do STF na ADPF 579, inclusive realizando ações no próprio Congresso Nacional como forma de criar fato desapegado da realidade com a tentativa de associar parlamentares federais e ministro do STF à organização criminosa.”

A operação
A operação “Vigilância Aproximada” apura a presença de uma organização criminosa que teria se infiltrado na Abin com o propósito de realizar monitoramento ilegal de autoridades públicas e indivíduos. De acordo com as pesquisas, o grupo utilizava ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial.

Na manhã desta quinta, policiais federais cumpriram 21 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, incluindo a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais. As diligências de busca e apreensão ocorrem em Brasília/DF (18), Juiz de Fora/MG (1), São João Del Rei/MG (1) e Rio de Janeiro/RJ (1).

Os investigados podem responder pelos crimes de: invasão de dispositivo informático alheio; organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

Share