A Polícia Federal (PF) informou, em nota divulgada na noite de terça-feira (23/1), que até o momento ocorreu apenas uma delação premiada nas investigações do caso envolvendo o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A manifestação ocorre após a divulgação de notícias de que o ex-policial militar Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos, aceitou um acordo de delação premiada com a PF e deu informações que apontaram o mandante do crime.
“A Polícia Federal informa que está conduzindo há cerca de onze meses as investigações referentes aos homicídios da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes. Ao longo desse período, a Polícia Federal trabalhou em parceria com outros órgãos, notadamente o Ministério Público, com critérios técnicos e o necessário sigilo das diligências realizadas. Até o momento, ocorreu uma única delação na apuração do caso, devidamente homologada pelo Poder Judiciário”, afirmou a corporação na nota.
A delação citada é a do ex-policial militar Élcio de Queiroz, que dirigia o carro usado no crime. Os detalhes dessa delação foram a público em julho do ano passado e é a única confirmada pela PF até o momento. A corporação acrescentou que as informações envolvendo Lessa comprometem o trabalho da polícia. “As investigações seguem em sigilo, sem data prevista para seu encerramento. A divulgação e repercussão de informações que não condizem com a realidade comprometem o trabalho investigativo e expõem cidadãos”.
A notícia provocou manifestações da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que é irmã de Marielle. “Recebi as últimas notícias relacionadas ao caso Marielle e Anderson e reafirmo o que dizemos desde que a tiraram de nós: não descansaremos enquanto não houver Justiça”.