O prefeito de Borba, Simão Peixoto (MDB) foi preso, na manhã da última terça-feira (8/1), pela Polícia Federal e também foi afastado mais uma vez do cargo por suspeita de tentar manipular testemunhas de um uma investigação contra ele sobre desvio de verba pública. O chefe do executivo municipal está em uma cela especial e com alimentação sem lactose previsto em decisão da justiça.
Simão possui uma longa lista de polêmica e escândalos de prisões. O Comun organizou alguns capítulos da trajetória polêmica do prefeito, que já foi preso três vezes ao logo do mandato e afastado duas vezes da prefeitura.
Luta de UFC com a oposição
Em 2021, o prefeito foi alvo do Ministério Público do Amazonas por improbidade administrativa, após protagonizar uma luta de MMA contra o vereador de oposição Irineu da Silva.
Na época, Simão usou um ginásio escolar para realizar o evento, mas havia suspeita de que ele tivesse usado verba pública e de que havia vendido ingressos para o confronto.
Agressão a deputado
Em setembro de 2022, em plena corrida eleitoral, o prefeito deu um soco e praticamente levou o presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) Roberto Cidade à nocaute. Naquele mês, Roberto visitava Borba em campanha eleitoral. Apesar de um tempo fora das ruas, Roberto Cidade obteve a maior votação do Amazonas ao parlamento estadual.
Chicotear vereadora
Em novembro de 2022, ele voltou a polemizar ao simular em um evento, o espancamento da vereadora Tatiana Franco dos Santos (PTB). Na ocasião, Simão mostrou um chicote e uma ripa e representou que estava dando uma surra na vereadora. O prefeito foi denunciado e chegou a ser preso por violência política de gênero.
Primeira prisão
Em março de 2023, Simão Peixoto, foi preso por crime de violência política contra a vereadora Tatiana Franco dos Santos, após decisão do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). Ele foi detido em Manaus e também foi afastado do cargo.
Lavagem de dinheiro
Em maio de 2023, Simão foi preso novamente na Operação Garrote, do Ministério Público do Amazonas (MPAM), por suspeita de desviar mais de R$ 30 milhões por meio de fraude em licitações. Ele e a esposa chegaram a fugir em uma lancha ao saberem antecipadamente sobre a ação, mas se entregaram dias depois.
Simão chegou a ser afastado do cargo, mas ganhou o direito de responder ao processo em liberdade e foi autorizado a retornar à função de prefeito, em setembro de 2023, após a Câmara da cidade derrubar o pedido de impeachment.
Desvio de Merenda Escolar
Na manhã da última terça-feira, Peixoto voltou a ser alvo da PF na Operação Voz do Poder, por suspeita de manipular testemunhas de um processo que investiga desvio de verba na compra de merenda escolar no período de pandemia, em 2020.
Sala especial
Peixoto passou por audiência de custódia, na tarde da última quarta-feira (10/1), mas, como já havia um mandado de prisão contra ele, o ato só foi para verificar se seus direitos foram assegurados. O ato foi presidido pela juíza Ana Paula Podedworny.
Na ocasião, a magistrada também mandou que o prefeito fique detido em uma sala isolada de uma unidade prisional da capital e que a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) providencie uma dieta sem lactose para o mesmo, assim como todos os remédios de uso contínuo do político.