Condenado por pedofilia, dentre outros crimes, o ex-prefeito Adail Pinheiro promoveu um encontro com moradores na cidade de Coari, na semana de Natal, e se portou como pré-candidato às eleições de 2024. O ex-prefeito atualmente está com os direitos políticos suspensos após consecutivas condenações colegiadas.
“Não adianta tentar deturpar as coisas, confundir a cabeça da população. Esse aqui é Adail Pinheiro que voltou, que gosta do povo”, disse o prefeito, que prometeu um cartão de Natal aos moradores.
A Justiça do Amazonas condenou Adail Pinheiro, em novembro de 2014, a 11 anos e dez meses de prisão pelos crimes de favorecimento à prostituição, indução à satisfação de impulsos sexuais e por submeter crianças e adolescentes à prostituição e exploração sexual (pedofilia).
Adail recebeu indulto e teve pena de prisão extinta, em janeiro de 2017, após se enquadrar nos requisitos do perdão presidencial, cujas regras foram estabelecidas pelo ex-presidente Michel Temer (MDB). A decisão foi tomada pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), que teve o parecer favorável do Ministério Público do Amazonas (MP-AM).
Em setembro de 2021, os desembargadores de Câmaras Reunidas do TJAM negaram o pedido de Adail Pinheiro para anular a condenação dele por exploração sexual de crianças. Adail queria a suspeição do desembargador aposentado Rafael Romano, relator da ação penal, que resultou na condenação do ex-prefeito sob a justificativa de Romano ter sido condenado a 47 anos por abusar da própria neta quando ela tinha sete anos.
O relator do pedido de anulação da sentença, o desembargador Abraham Peixoto Campos Filho, votou contra o pedido de reavaliação, considerando a solicitação improcedente, e foi acompanhado pelos demais magistrados. Abraham afirmou que os argumentos de Adail Pinheiro, de falta de parcialidade no julgamento por conta da condenação do juiz Rafael Romano por estuprar a neta, não se aplica ao caso.
Confira imagens do encontro: