Embora a temporada de chuvas esteja abaixo do esperado e os principais rios do estado estejam subindo, o Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Amazonas (Sindarma) destaca que as condições para o transporte de produtos essenciais, como combustíveis, alimentos e insumos, ainda estão longe da normalidade para esta época do ano. A previsão é que a situação se normalize apenas em março ou abril de 2024.
O Sindarma alerta para a influência contínua do fenômeno El Niño, que afeta o nível das águas, resultando em um volume de chuvas abaixo do esperado nos próximos meses, conforme indicam previsões de órgãos federais e monitoramento climático, além da experiência cotidiana nos rios.
“As bacias e hidrovias não estão secas como no auge do verão, mas a subida está lenta e muito abaixo do que seria normal para este mês. O transporte de cargas não foi interrompido nos piores momentos da crise e não será agora, mas estamos atentos para assegurar a continuidade das operações dentro das normas de segurança e sustentabilidade”, destacou o vice-presidente do Sindarma, Madson Nóbrega.
Na primeira quinzena de dezembro, áreas críticas incluem o Alto Solimões, próximo a Tabatinga, e a Boca do Madeira, entre Nova Olinda do Norte e Borba, conforme avaliação da entidade. A seca na região já impactou a navegação, especialmente na bacia do Rio Negro, onde o transporte de cargas entre julho e setembro diminuiu 18,3%, com notáveis quedas, como a de óleo bruto (-83%) e derivados de petróleo (-23%).
De acordo com dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), a hidrovia do Rio Amazonas registrou um aumento de 1,8% na navegação interior, enquanto na do Rio Madeira, uma das mais afetadas pela estiagem, não houve redução nos volumes transportados no terceiro trimestre de 2023. No entanto, os contêineres tiveram uma queda significativa, com 42% a menos em comparação ao mesmo período do ano anterior.
“Apesar de todas as dificuldades, as empresas transportadoras do Amazonas mantiveram seu compromisso com o desenvolvimento social e econômico do estado, afastando qualquer risco de desabastecimento na região e seguiram as atividades apesar contabilizar prejuízos significativos provocados pela estiagem e ausência de apoio para continuidade das operações”, afirmou o dirigente.