O Natal, período mais esperado pelo Comércio, está movimentando a economia do Estado. De acordo com uma pesquisa recente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas (Fecomércio-AM), 21% da população manauara pretende gastar mais de R$ 400 em compras de fim de ano e cerca de 98% dos entrevistados planejam fazer compras neste Natal.
Em entrevista ao Comun, o presidente da federação, Aderson Frota, fala sobre as expectativas do setor para esta data.
Confira:
COMUN – Quais serão os desafios do comércio para o final desse ano?
Nós temos cinco grandes datas comerciais da economia, e a principal é o Natal, que vem agora. A segunda é o Dia das Mães, a terceira é o Dia das Crianças, aí vem o Dia dos Pais, o Dia dos Namorados, e nós introduzimos agora uma cópia que acontece nos Estados Unidos, que é o Black Friday. Mas a grande data que movimenta a tipologia comercial, que gera emprego, que gera arrecadação muito forte, está se aproximando. A grande data que movimenta a economia local está chegando.
COMUN – Falando sobre os impactos da seca, como o setor se organizou para lidar com isso?
Sucede que nós tivemos alguns problemas ao longo desse ano. Tivemos uma estiagem muito forte e fez com que os rios ficassem tão baixos que as embarcadoras não podiam aportar em Manaus, e isso atrapalhou muito a economia no modo geral. Acontece que o comércio, vai estar sofrendo com o aumento do preço, porque são operações que se desdobraram, com a importância do Estado fazendo a transferência da carga dos conteúdos para pequenas balsas, por isso altera os custos e gera naturalmente, claro, aumento de preço. Mas nós já estamos preocupados com isso, nós estamos tentando segurar essas anomalias, mas acima de tudo, buscando um equilíbrio para que a gente possa atender a população com maior responsabilidade, com todo o carinho que realmente a população merece. Então, apesar desses problemas, nós estamos agora entrando no pleito dos membros. A expectativa é favorável, também tem a geração de empregos, que hoje a gente chama de empregos demorados, acho que 40% da população. Então, isso é um dado positivo que a gente tenta realmente colocar porque a criação de emprego é muito importante, ela gera renda, ela gera qualidade de vida e isso é muito importante para a sociedade. Então, isso está dentro do nosso foco, da nossa avaliação e, acima de tudo, da nossa responsabilidade.
COMUN – Como está a oferta e quais são os desafios em manter as contratações?
Isso já é uma estatística que não é oficial. Ela é uma estatística resultante do que nós conversamos com vários segmentos de empresas para a gente detectar e realmente isso é um número que existe, 40% da população que entra nesses empregos temporários permanecem nas vagas. Muita gente que é classificada como trabalhador temporário permanece dentro das empresas. Isso é muito favorável. Com relação a estiagem, a estiagem mexeu um pouquinho com a estrutura e aumentou o frete, e isso acaba repercutindo nos preços finais. Isso eu não tenho dúvida. Mas agora nós estamos numa fase de recuperação, os rios estão subindo, os rios estão aumentando, pequenas embarcações já estão conseguindo trazer contento para a portada em Manaus, isso é positivo.
COMUN – Como avalia a economia no Amazonas hoje?
Nós, em algum momento, temos alguns pequenos problemas. Nós tivemos um ano de 2023 complexo, uma série de aumentos que foram negativos, e agora nós estamos tendo, digamos assim, alguns probleminhas que estão sendo resolvidos. O consumidor está devendo muito e o governo federal está proporcionando um programa chamado “Desenrola” para poder realmente tirar da negatividade, recuperar esse consumidor e torná-lo ativo no mercado. Só que essa progressão não é uma coisa automática para ter. Nós estamos entrando agora no primeiro semestre do ano 2024. O primeiro semestre sempre foi, historicamente, mais fraco do que o segundo semestre. Porque o segundo semestre é nosso verão, chove menos, as chuvas, a dificuldade de trânsito, a partida, o estacionamento… Por isso, o dificulto é que o consumidor agora percebe um fator chamado segurança. Então, tudo isso, a gente compartilha essas informações, esses sentimentos com o consumidor de uma forma bem profunda, porque nós estamos ali para servi-los e conhecer as necessidades, os anseios fundamentais.
COMUN – A Fecomércio no Amazonas completou 69 anos, qual é o principal papel da Federação no Estado?
A representatividade da economia é uma coisa que vai além do centro de comércio. Então, a nossa representatividade é um pouco mais ampla, não é apenas um setor de economia. Nós focalizamos a atividade como um todo. Claro que tudo é serviço, é serviço de medir, de levar a rentabilidade da população, é serviço de prestar, é um serviço de lazer e alimentação de turismo. Nós estamos nesses segmentos todos e, ao longo desses 69 anos, nós vivenciamos muitas causas que foram necessárias de ser defendidas para valorizar o nosso segmento hoje, que tem uma importância muito grande. Em números oficiais, representamos 70% dos empregos formais, quase 60% da arrecadação do ICMS de seus recursos para o governo do Estado, e ele representa também dentro do PIB, 47%. Então, essa focalização mostra exatamente em números oficiais o que é que o setor de serviços e tem a obrigação de atender a população. Esse é o lado de que a gente tem uma grande responsabilidade, uma grande atuação. Nós nos jogamos pelo Estado do Amazonas, nos jogamos por todos os patrões da cidade de Manaus para atender a população, e esse processo de atender a população é uma coisa que nos impõe muita responsabilidade, muita atuação, muita dica desse esforço, porque nós funcionamos de domingo a domingo.