Sem receber resposta do governo, profissionais da Saúde do Amazonas estão mantendo a redução dos atendimentos a pacientes do Estado. Ligados às cooperativas, os profissionais cobram salários atrasados e melhorias das condições de trabalho.
“E infelizmente não tivemos até o momento nenhum contato com a secretaria, não nos procurou para solucionar tudo que está acontecendo e nós votamos e vamos manter a mobilização. É importante falar para a população que o serviço de urgência e emergência não será afetado. Haverá uma redução nos ambulatórios e procedimentos seletivos”, declarou Dra. Cecília Granjeiro, Médica Neurocirurgiã.
Protesto
Em 29 de novembro, 15 empresas, por meio de ofício ao governo do Amazonas e ao Conselho Regional de Medicina, solicitaram o pagamento dos débitos em atraso, referentes aos anos de 2021 e 2022, assim como dos meses de agosto, setembro e outubro deste ano. Além dos atrasos salariais, os profissionais também reivindicam melhorias nas condições estruturais, enfrentando superlotação de pacientes e desabastecimento na rede estadual de saúde.
“Não temos objetivo de manter essa mobilização que não se trata apenas de salário atrasado ou de dinheiro. Estamos falando também de uma saúde que tem uma condição precária no momento, equipamentos quebrados, falta de insumos também e outras empresas também sem receber”, afirma Dra. Cecília Granjeiro.
Nesta segunda-feira (4/12), o deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania) enviou um ofício ao Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), solicitando a criação de um comitê de crise devido à situação caótica enfrentada pela saúde pública no estado. O objetivo do parlamentar é buscar, em conjunto com o Órgão de Controle, soluções para os graves problemas denunciados na rede pública nos últimos dias.
Empresas
Dentre as empresas que reduzirão os serviços prestados estão: Instituto de Traumato Ortopedia (ITO-AM); Clínica Neurocirúrgica do Amazonas (CNA); Sociedade de Pediatria Clínica (COOAP); Sociedade Dos Pediatras (Cooped); Instituto Médico de Clínica e Pediatria (IMED); Instituto de Cirurgia do Estado do Amazonas (ICEA);Anestesiologistas Associados do Amazonas (AAA); Cooperativa de Clínica Médica (Cooperclim); Cooperativa de Neonatologia (Coopaneo); Instituto de Ginecologia e Obstetrícia (Igoam); Instituto de Neurocirurgia Endovascular (Neuroendo); Eletrofisio; União Vascular de Serviços Médicos (Univasc); Sociedade Amazonense de Patologias Pediátricas (SAPP); e Cooperativa de Intensivistas (Coopati).
O protesto afeta atendimentos não urgentes da rede ambulatorial nas unidades de saúde do Amazonas. As pessoas não atendidas durante o protesto vão precisar remarcar as consultas. Estão nessa lista os hospitais e prontos-socorros 28 de Agosto, João Lúcio e Platão Araújo; os Serviços e Unidades de Pronto Atendimento (SPAs e as UPAs).