Com o cenário político em constante transformação, surgem discussões sobre o futuro de partidos no parlamento municipal. Devido a mudanças estratégicas, fusões ou incorporações com foco nas eleições de 2024, estes podem correr o risco de um esvaziamento e até extinção no parlamento municipal. Essas mudanças levantam questões sobre o realinhamento partidário e o impacto que tais transformações poderiam ter no panorama legislativo para as próximas eleições.
Nas eleições de 2022, o governador Wilson Lima (União) e o prefeito David Almeida (Avante) foram os nomes que mais elegeram deputados estaduais dentro de determinado partido, sendo seis parlamentares do União, e quatro do Avante.
Com a possível saída do prefeito David Almeida do Avante, é esperado que vereadores filiados a sigla sigam o chefe executivo para o partido que ele for se candidatar para a reeleição. Com esses movimentos, legendas como Avante, Solidariedade, PMN, PRTB e Cidadania podem diminuir o número de representantes na Casa.
O Avante possui cinco nomes na bancada dos parlamentares da CMM, sendo eles: Alonso Oliveira, David Reis, Dr. Eduardo Assis, Gilmar Nascimento, Lissandro Breval e Marcel Alexandre. Além desses nomes, também existem partidos que tem somente um representante, como o Cidadania, com William Alemão atuando, e PRTB, com somente Yomara Lins representando a sigla.
O futuro dos partidos
Para o cientista político Helso Ribeiro, os partidos não devem ser extintos por conta do fundo eleitoral, mas explica que a fusão entre legendas seria manobra nas legendas. Segundo ele, o menor partido recebe no mínimo R$ 2 milhões de fundo eleitoral.
“Eu acredito que haverá alguma fusão de partido. Mas não creio que os partidos serão extintos. Para você ter uma ideia, o menor partido vai receber cerca de 2 milhões de fundo eleitoral. Então, extinto não vai ser”, explicou.
Os futuros candidatos a vereadores podem fazer filiações até o mês de março de 2024. “Eu custo a crer que seja uma preferência, porque como a eleição é também proporcional para vereador, eu acredito que as pessoas vão procurar até partidos menores, que é mais fácil de fazer o quociente eleitoral”, destacou.
O cientista político ressaltou, ainda, que os parlamentares não necessariamente escolhem um partido para se candidatar por conta dos viés ideológicos, mas também, por conta do benefício próprio. “Pessoas mudam de partido de acordo com a conveniência. Tem uma outra questão também, nós sabemos que para os cargos de vereador serão sistema proporcional. Então, um acaba servindo de escada para o outro e nos cálculos partidários, os candidatos não estão preocupados com a ideologia, a preocupação é apenas eleitoreira. Quando o Arthur era prefeito, por exemplo, ele era do PSDB, você via que a bancada do partido era maior. Hoje, acho que não tem nenhum do PSDB no poder . As pessoas fogem, vão embora da sigla. Os membros partidários não têm uma ligação visceral ideológica com aquele partido político. Os partidos políticos tem donos são verdadeiros feudos. Eles odeiam quando eu falo isso, mas é a realidade”, explicou.