Manaus,5 de outubro de 2024

Marina Silva estará em CPI das ONGs

Na próxima terça-feira (21/11), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, estará na CPI das ONGs, onde foi convidada para se apresentar aos senadores da CPI e falar sobre a atuação e interferência de ONGs na estrutura do Amazonas. A ministra também deverá ceder novas informações ao colegiado que investiga a atuação dessas organizações no estado, sobre prejuízos à soberania, a falta de transparência nos recursos do Fundo da Amazônia, entre outros assuntos. Apesar de ter sido convidada, caso não compareça, o presidente da CPI das ONGs, senador Plínio Valério (PSDB-AM), já afirmou que ela será convocada.

Marina Silva havia sido mencionada nos depoimentos e documentos que foram obtidos pela CPI. A Ministra também é conselheira honorária do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), ONG da qual a secretária do Ministério, Ana Toni, também fez parte e possui 75% de seu orçamento bancado com recursos externos. Outra informação que também foi obtida pela CPI, é que apenas 11% da verba enviada do Fundo da Amazônia foi gasta com serviços ambientais, com mais de 80% do total de R$ 25 milhões recebidos em 2022 foi gasto com pagamento de funcionários, despesas internas e consultorias.

“Há muita promiscuidade nessa relação. Integrantes do governo saem de ONGs e vão para o governo, ao mesmo tempo que é feito o caminho inverso. Hoje, quem manda na Amazônia são as ONGs, bancadas por dinheiro externo, às quais a ministra Marina Silva presta contas. Ela tem muito a esclarecer à CPI”, alega o presidente da Comissão, Plínio Valério.

A ministra Marina Silva, está programada para comparecer à CPI das ONGs na próxima terça-feira (21). Além de fornecer informações sobre as pautas da agenda ministerial, a chefe da pasta ambiental será inevitavelmente questionada sobre assuntos relacionados à Amazônia e vinculados à sua gestão. Isso abrange os obstáculos ao asfaltamento da BR-319 e os desafios para obter a licença de exploração de petróleo na Foz do Amazonas. Também estão em discussão as intervenções de organizações não governamentais que buscam impedir a liberação da exploração de potássio em Autazes, no Amazonas.

Além da ministra, a CPI ouvirá Márcio Santilli, presidente do Instituto Socioambiental (ISA). A CPI realizará uma diligência externa em São Félix do Xingu (PA) ainda em novembro. Nessa localidade, colonos da Vila Renascer, na Terra Indígena Apyterewa, estão enfrentando a expulsão de suas terras, em um cenário de conflito com repressão e abusos por parte de órgãos governamentais. O senador Márcio Bittar (União-AC) é o responsável pelo relatório da CPI, e os trabalhos serão concluídos no dia 19 de dezembro.

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