Manaus,6 de novembro de 2024

Funcionários ficam sem alimentação no Hospital João Lúcio

Funcionários relataram, nesta sexta-feira (10/11), que o Hospital João Lúcio, localizando na Zona Leste de Manaus, está sem alimentos para os servidores e acompanhantes que trabalham no local deste a noite de quinta-feira (09/11). Com isso, os funcionários também aproveitaram para cobrar os salários que estão atrasados há meses.

O líder do Movimento Social Todos Pela Saúde Denilson Vilar, e funcionário do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu),  em áudio que circula nas redes sociais, afirma que, além de não receber por meses, os funcionários também estão sem ter o que comer.

“É um absurdo, senhor governador, o que está acontecendo com a saúde pública no Estado do Amazonas. Um trabalhador, maqueiro, serviços gerais, administrativo, entre outros… Médico que estudou a vida inteira para realizar um sonho, passando três meses sem receber, cinco meses sem receber e, se não fosse o suficiente, agora sem ter o que comer, senhor governador”, explica o funcionário.

Mudanças sem avisos

O Comun entrou em contato com um funcionário do hospital, que optou por não se identificar, que explicou que a notícia de que os servidores da rede não teriam as refeções pegou todos que trabalham no hospital desprevinidos.

“O que aconteceu foi isso aí mesmo, pegou todo mundo de surpresa. Ontem, a empresa que fornece comida para o hospital, que é responsável no refeitório, colocou lá na parede sem avisar para ninguém lá na porta do refeitório que hoje não ia ter comida nem para o funcionário, e nem para acompanhantes”, explicou.

Os funcionários receberam a informação de que a prioridade seriam somente os pacientes.

“Eles só iam priorizar os pacientes. E estão sem receber, já tem mais de três, quatro meses e aí não tinham alimentos para fornecer e suspenderam a alimentação. Assim foi feito, hoje, o caos… Só os pacientes comeram, os acompanhantes foram comer nos lanches que tem aqui ao redor. Quem tinha dinheiro para comprar, a família trouxe de casa, quem é aompanhante do interior, a direção deu um jeito, os funcionários, quem tinha também dinheiro, foi comer fora, pediu lanche de fora, e quem não tinha ficou esperando até às 15h da tarde, que foi quando eles trouxeram marmita”, completou.

Funcionário comprando alimentos para acompanhantes

Outro funcionário ouvido pelo Comun afirmou que alguns colegas compraram alimentos para os acompanhantes que estão no hospital há semanas.

“A gente que trabalha com saúde, conhece muita coisa, vê muita coisa, ouve muitas histórias, então é difícil de não criar empatia por quem nós cuidamos. Nós vemos pessoas que são carentes, que muitas vezes, não tem nem a passagem, então não tem como a gente vê pessoas virando noite acordadas, e não comprar nem um salgado, um churrasco pra ela, não tem como. Hoje, eu e mais uns 5 colegas, nós nos juntamos, e conseguimos comprar almoço para alguns acompanhantes, não todos, porque isso infelizmente não é possível, mas graças a Deus, existem pessoas boas que fazem o bem sem esperar nada em troca, e agora, só resta rezar para que isso acabe logo, porque se isso se alongar, vai ser difícil, e é aquela coisa que eu digo: trabalhar com a saúde no Brasil requer amor, mas também, muita, mas muita coragem”, endagou.

Nota da SES-AM

Confira a nota oficial do Governo:

“A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) por meio da direção do Hospital e Pronto Socorro, João Lucio, informa que o serviço já está sendo regularizado e reforça que nenhum paciente, acompanhante ou servidor deixou de receber a alimentação.”

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