Uma declaração polêmica do economista Alexandre Schwartsman sobre a Zona Franca de Manaus causou grande repercussão nas redes sociais. Durante uma entrevista ao Jornal da TV Cultura, Schwartsman chamou o modelo ZFM de ‘aberração’, ao comentar sobre as férias coletivas concedidas aos trabalhadores do Distrito Industrial.
“Tem um problema climático, realmente não dá para prever. Mas porque diabos a indústria tá lá e o centro consumidor está aqui [em São Paulo]? Porque existe uma aberração chamada Zona Franca de Manaus. Então depende de todos os modais, bom se fosse em um lugar que ficasse perto do mercado consumidor a gente não estaria passando por isso, mas agora eles têm mais 50 anos para aquela indústria infante e quando acabar os 50 a gente vai ter mais 120 que é para dar sorte”, disse Schwartsman ao responder a jornalista Kary Bravo na última segunda-feira.
Nazista e Mal Caráter
O deputado estadual Sinésio Campos (PT) chamou o economista em plenária da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) de Nazista e Mal Caráter.
“Cara de Nazista, mal caráter, sem vergonha. Vem pra cá, bandido!. Vem pra cá pra você ver o que é. Esse tipo de gente é que quer tirar, arrancar cada moeda, mas eles querem ter a floresta amazônica preservada, mas esquece que tem gente, homem e mulher que precisa viver com dignidade. Essa figura que na reforma tributária quer tirar o incentivo da zona franca. Por isso que ele fala, 50 anos, 150 anos, que o diabo que o parta leva esse elemento bem longe daqui, que nós queremos”, afirmou.
A ex-deputada federal Rebecca Garcia também se manifestou por meio das redes sociais sobre o tema. Rebecca relembrou uma reportagem em contestou o economista, quando estava a frente da Zona Franca de Manaus como superintendente.
“Aberração é esquecer que mais de 25 milhões de brasileiros vivem na Amazônia Ocidental e vivem desse modelo! não é a primeira vez e nem será a última que seremos atacados. Mas isso definitivamente nos faz mais fortes”, afirmou.
O ex-deputado federal Marcelo Ramos também se manifestou nas redes sociais rebatendo o economista. “O grande inimigo da ZFM hoje é a ignorância , é o preconceito, é o desconhecimento da realidade de um país de dimensões continentais muito diversas com desigualdades regionais muito profundas e que, portanto, não cabe na cabeça de quem pensa que o Brasil é São Paulo”, declarou Ramos.
Deputados com mandatos
Na bancada federal do Amazonas com 8 parlamentares, apenas dois se manifestaram sobre o tema.
O deputado federal Saullo Vianna afirmou nas redes sociais que o modelo é fundamental para a preservação do bioma amazônico e impulsionar o desenvolvimento sustentável.
“A Zona Franca de Manaus emprega mais de 500 mil pessoas, gerou mais de R$ 98 bilhões nos primeiros sete meses meses de 2023 e desempenha um papel crucial na preservação da Amazônia, mantendo cerca de 95% da nossa floresta em pé. Este modelo econômico é fundamental para proteger o bioma e impulsionar o desenvolvimento sustentável. Não aceitaremos a falta de conhecimento sobre um modelo econômico que é um sucesso para o Amazonas e para o Brasil”, afirma.
Sidney Leite também deputado federal, lastimou as falas do economista e afirmou que “infelizmente falas sem fundamento sobre a ZFM de quem não conhece a realidade do Amazonas e a região norte como um todo sempre vão existe”.
Superintendente calado
O superintendente da Zona Franca de Manaus, Bosco Saraiva preferiu não se pronunciar sobre o tema em torno das declarações do economista.