O dito popular que afirma que “a população não tem memória” pode não ter embasamento científico, mas reverbera na dura realidade cotidiana. Essa falta de memória se aplica a todo e qualquer assunto, seja política, saúde, segurança pública, a até mesmo, meio ambiente.
Nos últimos dias Manaus tem amanhecido nublada com uma onda de fumaça que invade casas, escolas, fábricas e etc. piorando a qualidade de vida da população. A qualidade do ar tem caído tanto que, irônica e vergonhosamente, no meio da maior floresta do mundo, temos a segundo pior índice de qualidade do ar no mundo.
A fumaça que invade a cidade de Manaus todos os verões não é novidade. Mas, nos últimos anos, o volume de fumaça vem crescendo a níveis absurdos. As mesmas são trazidas pelos ventos e são, em sua maioria, oriundas de focos de queimadas em cidades do interior do estado. A falta de consciência e educação ambiental, a frouxidão na fiscalização e a certeza da impunidade impulsionam a prática de queimadas ilegais.
Aos desmemoriados é válido ressaltar que nos últimos quatro anos (de 2019 a 2022) o governo federal foi liderado por Bolsonaro que operou, junto com seus asseclas, o desmantelamento de órgãos de fiscalização ambiental como Ibama e ICMBio. Esse desmantelamento foi aplaudido por uma turba de desvairados que viam nas leis de proteção ambiental um empecilho para o desenvolvimento econômico da região.
Um governo federal cretino, liderado e apoiado por cretinos que utilizavam da máxima de “passar a boiada” e faziam vista grossa para crimes como garimpo ilegal, extração ilegal de madeira, invasão de terras indígenas e unidades de conservação, grilagem, assim como as queimadas ilegais, que são o passo anterior a implantação de longas e improdutivas pastagens que só servem a especulação imobiliária, entre tantos outros crimes.
Hoje, infelizmente, enfrentamos as consequências de uma série de medidas arbitrárias relativas à proteção ambiental. Hoje estamos respirando fumaça pela ganância de poucos, que ganham muito dinheiro com atividades ilegais, e a estupidez de muitos, que apoiam medidas que destroem o meio ambiente acreditando que não haverá consequências.