O general Augusto Heleno classificou como “ordeiro e pacífico” o acampamento de bolsonaristas em frente ao Comando Geral do Exército, em Brasília. A afirmação do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo Bolsonaro foi feita durante o depoimento do general na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas do dia 8 de janeiro.
“Eu nunca fui ao acampamento. Não por falta de tempo, mas por falta de condições de participar do que realizavam no acampamento que, pelo que sabia, eram atividades extremamente pacíficas e ordeiras. E nunca considerei o acampamento algo que interessasse à segurança institucional. Sempre achei que era uma manifestação política pacífica”, disse o general.
Diante da afirmação de Augusto Heleno, a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), lembrou que “foi do acampamento que surgiu a ideia de montar uma bomba para explodir um caminhão de combustíveis no aeroporto de Brasília. Foi de lá que os vândalos saíram para quebrar a Praça dos Três poderes”.
Heleno confirmou que recebeu algumas das pessoas que estavam no acampamento bolsonarista, mas que não foi algo para articular qualquer ato golpista. “Recebi por educação, eles foram lá apenas para tirar fotos e fazer vídeos”, disse o general.
Ataques de carros em Manaus
Em 2022, os protestos tiveram início do dia 2 de Novembro (Finados), onde diversos apoiadores do ex-presidente se alocaram em frente ao CMA, dificultando a locomoção para quem queria ir ao Cemitério Nossa Senhora Aparecida para prestar suas homenagens à seus entes que já se foram.
Ao Comun, o motorista de aplicativo José Augusto relembra sobre como foi trabalhar nesse dia, e sobre o prejuízo que sofreu:
“Foi estressante trabalhar nesse dia. Eu e minha irmã temos o costume de sempre visitar nossa mãe no cemiterio, e como eu trabalho, a gente combinou que eu ia rodar (trabalhar) até às 15h, e depois, a gente iria lá. De manhã, eu fiz uma corrida até a Nossa Senhora Aparecida, e o trânsito paralisado, mas eu consegui passar, aí na volta, eu tava à caminho da Compensa fazendo uma viagem, e o meu carro foi vaiado e vandalizado por eu estar com um adesivo do Lula na parte de trás. Eles jogaram pedras, garrafas, tudo que desse pra jogar, e na hora, a minha preocupação não era nem com o carro, ou comigo, mas com a moça que tava no banco de trás, já pensou se acertam uma pedra na cabeça da menina? O prejuízo material a gente recupera, agora uma pessoa levando pedrada, é diferente.”
Outro caso que recebeu bastante notoriedade, é do carro que foi vandalizado por conta da passageira estar vestida de vermelha. O veículo portava um casal, e uma criança.
Confira na íntegra:
O julgamento pelos atos de vandalismo no dia 8 de Janeiro já tiveram ínicio, e participantes estão sendo julgados.