Com problemas sérios que se arrastam há anos, o Amazonas atualmente ocupa o posto de estado com a pior infraestrutura do país, em levantamento recente divulgado pelo Centro de Liderança Pública (CLP). Falta de infraestrutura em rodovias, sistemas de energia, telecomunicações, saneamento e transporte aéreo foram os fatores que apresentaram os piores resultados no Ranking de Competividade dos Estados.
Entre os 27 estados do País, o Amazonas obteve as piores avaliações na somatória dos critérios de análise considerados na pesquisa, divulgada no mês passado, ficando atrás até de Roraima, que possui características geográficas semelhantes.
A convite do Comun, o geógrafo Geraldo Alves, especialista em engenharia de transporte, analisou os fatores mais críticos evidenciados na pesquisa.
Sobre a qualidade das rodovias, o especialista destacou a precariedade das estradas existentes atualmente. “No ponto de vista das rodovias, o estado do Amazonas é precariamente assistido. A BR 319 entre Manaus e Humaitá não funciona satisfatoriamente e logo o transporte de carga fica mais sobrecarregando o sistema hidroviário ou a aeroviária. O hidroviário é mais barato, mas dada a distância acaba aumentando o custo, o transbordo, o embarque e o desembarque. Então, no que se refere a essa assistência das rodovias, é compreensível que o Amazonas não tenha conseguido com os indicadores”, afirmou.
Em outro aspecto considerado na pesquisa, o sistema de energia elétrica, Geraldo aponta as falhas no sistema atual. “No caso do Amazonas, por muitas décadas, a gente tem padecido com um sistema muito frágil, até Coari, que é o polo gerador ou distração derivada de petróleo atualmente, onde gera a segunda maior renda do estado, tem um sistema precário de energia elétrica por conta de que é um sistema isolado. O acesso à energia elétrica, além de ser ruim, em muitos casos ele não é pleno, quando a gente fala de eletrificação rural, os desafios para levar a energia elétrica para o interior dos municípios é maior do que qualquer outro estado do Brasil”, comentou.
No campo da telecomunicação, o sistema isolado de muitas cidades no Amazonas é um dos fatores que contribui para os resultados negativo. “Aqui no Amazonas, tem muitas cidades que o sistema é isolado, que você depende de satélite, e aí o custo da comunicação é muito caro. Tem empresas privadas que fornecem esses serviços e tem que cobrar caro porque a manutenção deles também não é barata”, expõe.
A pesquisa da CLP é realizada anualmente, e, além da infraestrutura, considera pilares como Sustentabilidade
Social, Segurança Pública, Educação, Solidez Fiscal, Eficiência da Máquina Pública, Capital Humano, Sustentabilidade Ambiental, Potencial de Mercado e Inovação.
Confira o ranking do indicador de infraestrutura: